MESPR - Movimento de Evolução Social, Político e Religioso

MESPR - MOVIMENTO DE EVOLUÇÃO SOCIAL, POLÍTICO E RELIGIOSO

quarta-feira, 31 de março de 2010

O DIABO

Numa reunião na favela da Vila Parisi em Cubatão, o assunto era superstição. Eu falei que as pessoas às vezes confundem religião com superstição.

- Superstição é um sentimento religioso baseado no medo ou na ignorância, que induz à prática de atos absurdos, preocupando-se com coisas imaginárias. É a tal da crendice – disse-lhe.

- É tipo como o chupa-cabra que apareceu aqui na Vila, mas ninguém provou nada – disse Osmar.

- Não só ele, como também lobisomens, vampiros, fantasmas, mula sem cabeça, saci pererê e a loira do banheiro – disse-lhe.

- E o céu e o inferno existem? – disse Antonia.

- No céu ainda não estive, mas o inferno mora aqui do lado. A nossa Cosipa parece mais com o caldeirão do diabo – disse João.

- Mas, eu estive naquele inferno do incêndio na vila Socó – disse Osmar.

- O meu marido viu o capeta com botas vermelhas sorrindo pra ele e lhe querendo abraçar – disse Antonia.

- Mas como foi isso? – perguntei.

- Ele tinha acabado de chegar do bar. Estava fechando o portão quando me gritou pra pegar o facão. Assim que lhe dei o facão ele saiu correndo atrás do bicho – disse Antonia.

- E aí, você viu também? Ele pegou o danado? – perguntou Osmar.

- Não! Não vi nada. O meu marido não conseguiu mais correr, o corpo ficou paralisado – disse Antonia.

- Mas, vai vê que ficou duro por causa da cachaça, porque outro dia ele estava vendo até disco voador – disse Osmar.

- Minha gente! Os únicos fantasmas que acredito e senti na pele são os fantasmas do desemprego, da fome, do frio, da falta de grana e da miséria – disse-lhes.

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A FUGA

A fé nada mais é que a confiança. E, Deus quer que tomemos atitudes, pois sem elas não tem como ele agir por nós.

Um exemplo de confiança foi o que aconteceu comigo. Em pleno regime militar,  já na época do Figueiredo, saí de casa sem rumo com uma mochila nas costas. Tinha 18 anos. Cheguei à rodoviária do Tietê, era fim de ano, não tinha mais passagem pra lugar nenhum. De repente, uma mulher me oferece a dela pra Salvador-BA, estava desistindo de viajar. Eu comprei pra sair de São Paulo, não estava mais agüentando aquela cidade, meus pais; enfim, fui embora de qualquer jeito.

Eu cheguei ao ponto de abandonar o meu emprego, que era de caixa no banco Itaú. A barra estava pesada para mim, muita tristeza e depressão. Em casa só eram brigas e discussões. E, a coisa toda já vinha de longe. O fator família pesa muito, principalmente quando somos jovens, e para aumentar ainda mais o meu sofrimento, tinha a questão do lugar onde morávamos. Nunca gostei de São Paulo, talvez seja pelo fato do ambiente agressivo no qual vivia somado a própria característica da cidade. A feiúra de São Paulo estava diretamente ligada às obras constantes, pois nunca parecia pronta. Bem perto e ao longe, vários edifícios em construção e outros recém-construídos me cercavam, deixando no ar uma sensação de ameaça: não existiam horizontes para meus olhos e nem o pôr-do-sol. Existia somente o barulho do trânsito congestionado e multidões nas calçadas apressadas pelo tempo.

Chegando em Salvador, com pouco dinheiro, fui atrás de trabalho. Achei num anúncio um de vendedor de bilhetes da raspadinha (loteria instantânea). Naquela época era ilegal, não tinha ainda autorização do governo, como o jogo do bicho é até hoje. Saí pra vender os bilhetes escondido da polícia. Ganhei dinheiro. Fiquei numa boa por três meses em Itapoã, terra de Dorival Caymmi. Fiz muitos amigos lá, nem lembrava que São Paulo existia. Foi muito importante esta fuga para me fortalecer psicologicamente, eu estava quase enlouquecendo. Ser criado por uma beata de igreja onde se apanhava três vezes, não era brincadeira não. A primeira era na rua com os moleques que me zoavam por causa da bebedeira do meu pai, a segunda porque ela achava que era eu que procurava as brigas e me castigava, e a terceira porque ela achava pouco o seu castigo e contava pra ele me castigar mais ainda.



CONDUTA

Para alcançarmos a verdadeira felicidade necessitamos conquistar o equilíbrio emocional. A escola, a sociedade e a família injetam em nossas mentes a necessidade de sempre ganhar, vencer, para ser alguém na vida. Infelizmente uma mentalidade materialista, e é por isso que o mundo está padecendo, porque gerou uma geração que só procura vantagens, de egoístas e inconseqüentes. 

O ser humano que conquistou este equilíbrio encontrou a sua paz, sente a vida, o mundo, as pessoas no seu interior: ajudando, participando e recebendo carinho, atenção e amizade. Este é o real sentido da vida, e não o acúmulo de rios de dinheiro, enganando as pessoas, querendo vender seus produtos de qualquer maneira, inventando necessidades nas pessoas visando só ganhar dinheiro.

A maior conquista é alcançar o topo deste equilíbrio emocional, ter bom-senso de conduta. Desta vida não levamos nada, só as lembranças que as pessoas terão da gente. Precisamos construir uma sociedade melhor.

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terça-feira, 30 de março de 2010

SUBVERSIVO

Numa reunião na favela do Curtume em Cubatão debatíamos a respeito da obediência:

- A questão em si não é sobre a obediência, é o sistema que é cruel – disse-lhes.

- Mas, Éd, ir contra o sistema não é subversão? – disse Denílson.

- Se o sistema se torna contra a lei de Deus, nada mais lógico que questioná-lo, mas precisamos respeitá-lo. A mudança só virá com os movimentos sociais.

- É verdade, este sistema está muito desumano, só é cego aquele que não quer ver – disse Dª Antonia.

- Se você for analisar direito, no ponto de vista de Deus, quem é subversivo realmente é a elite (o grande capital) e o governo corrupto que explora o trabalhador – disse-lhes.

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REFORMA AGRÁRIA

Na década de 70, no Brasil, 70% das unidades de produção agrícola utilizavam apenas o trabalho familiar. Eram famílias que não tinham assegurado a propriedade das terras em que trabalhavam, isto é, eram posseiras, arrendatárias e parceiras, ou eram proprietárias de minifúndios antieconômicos. A quantidade de trabalhadores rurais nestas condições era maior que a de trabalhadores rurais assalariados. O rápido processo de concentração da terra e a subjugação da produção agrícola pelas empresas que monopolizam o setor fizeram com que esses trabalhadores fossem “expulsos” de suas terras.
Esse processo de “expropriação da terra” é realizado pelas grandes empresas capitalistas, apoiados em incentivos fiscais. É um processo clássico que assume características especiais no Brasil, porque o capital penetra no campo, mas não transforma necessariamente o agricultor em trabalhador assalariado.
Entre 1995 e 2006, houve muita luta social no campo, mas mesmo assim aumentou a concentração. A concentração escandalosa de terras no Brasil é o retrato da nossa herança colonial e escravista. Em 1995, deu-se o Massacre de Corumbiara (RO). Em 1996, ano do Massacre de Eldorado dos Carajás (PA). Em 1997, deu-se a Marcha dos 100 Mil (Marcha do MST) que ganhou grande destaque nacional e internacional. A mobilização social foi intensa a partir de 1993, quando foram promulgadas a Lei Agrária e a Lei do Rito Sumário, que regulamentaram o capítulo da reforma agrária da Constituição de 1988. Entre 1995 e 2002, no entanto, apesar dos assentamentos realizados, foi grande a criminalização dos movimentos sociais, em especial do MST.

PEÃO DE TRECHO

Mais triste do que não poder trabalhar é a fome. O governo precisaria rever a situação destas pobres almas. Ser um trabalhador viajante sem raízes é sofrer a vida que não viveu.

Esse processo de desenraizamento, desterritorização, traz conseqüências nefastas para a vida das pessoas. Afeta-as socialmente, culturalmente, emocionalmente. Uma coisa é mudar, na esperança de uma vida melhor, e encontrar um lugar em que este desejo se realize; outra é viver mudando constantemente, na insegurança de não saber qual e onde será o futuro. Vivendo esse processo de perda constante, o peão não consegue ver o produto daquilo que ajudou a construir, o fruto de seu trabalho, pois está sempre sendo desalojado. Não consegue se ver como agente de um processo histórico e, assim, com a perda de seus referenciais, vai perdendo as possibilidades de ser um cidadão consciente de seus direitos e deveres e, principalmente, de poder interferir para que as coisas mudem.


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TANCREDO

Dizem que a esperança é a última que morre, mas esta morreu.Morreu Tancredo Neves. Nem tomou posse, mas teve seus dias como chefe máximo da nova República. O nosso sonhado presidente, que nos fez sofrer muito com a sua morte, deixou o país na mão de Sarney.

Foram 16 dias antes da posse, percorrendo pelos países da Europa e da América para buscar apoio internacional para reestruturar economicamente o Brasil, principalmente com relação ao estouro da dívida externa provocada pelos militares. Tancredo esteve com o Papa João Paulo II para conseguir o apoio da igreja. Ele sabia do papel comprometedor que ela exerceu no golpe. Se Tancredo tivesse assumido a Nação não decretaria a moratória da dívida, como fez Sarney, teria achado outras saídas para a economia.



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segunda-feira, 29 de março de 2010

PRN - COLLOR

Não tem coisa mais terrível do que o desespero. Por causa dele se mata e se morre. Com a vitória nas urnas de Fernando Collor do PRN – Partido da Reconstrução Nacional aconteceram muitos suicídios que foram encobertos pelo Estado para não aumentar mais ainda a desordem. Muitas pessoas vendiam suas moradias para aplicar na poupança e ter o seu dinheiro dobrado em um mês, era uma loucura atentadora, só que aqueles que se arriscaram a fazer isso na posse do novo governo se deu mal, não imaginavam que eles iam mexer também na poupança.

Eu presenciei pelo menos uns três suicídios. Mas, teve um que não consigo esquecer até hoje. Foi de um amigo meu vendedor, lá no centro de São Paulo, no viaduto do Chá. Ele perdeu a cabeça, subiu na mureta e se jogou. Para a infelicidade dele, não morreu na hora, ainda ficou se agonizando até chegar ao hospital.

O Collor matou muita gente metendo a mão no dinheiro da poupança. Eu também até pensei em me matar, mas não era porque tinha dinheiro na poupança não. Era porque não se vendia mais nada. Os fabricantes seguravam os produtos querendo aumento. Eu trabalhava para o Frigorífico Bordon/Swift Armour e precisava vender para ter salário, nós vivíamos só de comissões. Foi desesperador, ainda mais, que eu era recém-casado, pagando aluguel e a mulher grávida.

Fui vender café clandestinamente no Ceasa para as cafezeiras. Foi o que me salvou por algum tempo, até a polícia me pegar. E, o pior de tudo, que não tinha ninguém para ajudar, porque todo mundo estava neste barco furado, como se fosse um terremoto. Era gente se jogando dos prédios, viadutos e nos trens. A inflação era tão galopante naquela época que precisávamos mudar de casa a cada seis meses por causa dos reajustes abusivos dos aluguéis devido a desvalorização da moeda.

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O PREGADOR

Algo que tenho visto em várias igrejas evangélicas são pastores sem formação cultural e até analfabetos. Como o indivíduo vai conseguir trabalhar o espírito da pessoa sem a mínima condição escolar necessária para elevar a moral e os bons costumes?
As pessoas estão desesperadas, querendo buscar uma luz. E, às vezes, são ofuscadas por esta luz, que as impedem de enxergarem certas coisas que deveriam ver. A miséria é fruto da ignorância política.
A arrecadação do dízimo transformou a religião num grande negócio.

domingo, 28 de março de 2010

A DESTRUIÇÃO

No meu tempo de Caic em Cubatão eu senti muitos dramas e dificuldades. Foram dois anos de muitas experiências. Convivíamos em passarelas de madeira, esgoto a céu aberto, mosquitos que não acabava mais, ressaca da maré que nos engolia como um tsunami, vento noroeste que voava madeirites e telhas que por muito pouco só faltava levar o barraco embora, mosquitos borrachudos, incêndios e tiroteios. A nossa fé em Deus era devorada pela besta social.

O que mais me comoveu foi o drama duma família que foi destruída espiritualmente por causa das drogas. Era um casal com mais dois irmãos, eles vieram da Vila Nova onde pagavam aluguel. Quando chegaram ao CAIC foi aquela maior vontade de reformar o barraco recém comprado e, depois, com muito suor construíram uma casa na outra parte do terreno assim que aterraram. Os três rapazes eram formidáveis e incansáveis, trabalhavam dia e noite para conseguir um pouco de conforto. Quando o sonho estava próximo, caíram nas drogas.

Aí, só foi desgraça e ruína. Houve a separação do casal de forma dramática. Ele teve que fugir porque ficou devendo para o tráfico. Mas, antes disso fizeram ele de mulherzinha. Os seus cunhados, um vive largado como indigente na favela e o outro foi para São Paulo. A mulher teve que fugir também, porque pegou dinheiro emprestado com várias pessoas, inclusive comigo, para pagar dívida de drogas do irmão, alegando que era para o filho lá no norte. Mais antes de fugir deram-lhe uma surra porque não pagou pra ninguém.

Eram pessoas instruídas, com nível de formação médio, trabalhavam no Pólo. Mas a necessidade de sair do aluguel e a falta de firmeza espiritual para sobreviver na favela os condenaram. Muita gente na favela gostaria de estar presa numa cadeia confortável, como aquela do pai da Isabella Nardoni, ao invés de estar naquele inferno.

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A MENTIRA

Uma colega me perguntou se eu era contra as igrejas. Eu só acho que elas deveriam fazer melhor a sua função -  passar ensinamentos morais a um nível de entendimento popular e ajudar os pobres também materialmente.

Existem muitas mentiras pela história da humanidade. O povo é enganado de todas as maneiras. Uma mentira foi dizer que a princesa Isabel libertou os escravos. Quem libertou os escravos, realmente, foram os ingleses. Eles precisavam de gente para comprar seus produtos que começavam a fabricar, formando um novo tipo de escravidão: a do dinheiro. Foi o início da fabricação de produtos e o surgimento do proletariado.
Os ingleses obrigaram os países escravistas libertarem os escravos para formar uma população de consumidores para seus produtos. Como um escravo iria consumir sem ganhar salário?

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A ESTUPIDEZ

Não sei o que está acontecendo com o povo. Muitos vão a Igreja e não aprendem, realmente, os ensinamentos de Cristo. Ou é falha de comunicação das igrejas ou as pessoas que não querem amolecer seus corações mesmo.
Existem coisas dentro da própria família que até o Satanás seria complacente. Uma senhora estúpida veio me falar que se caso alguma filha dela aparecesse grávida, a expulsaria de casa. Mas, se até a prostituta Jesus perdoou. Ela deve está freqüentando a igreja errada, a igreja do diabo.
Por mais educação que passamos para nossos filhos não é suficiente para salvarem das armadilhas do destino. Outra estupidez veio da sua filha, mas não é nenhuma criancinha não, é uma pessoa dos seus trinta e poucos anos. Teve a incumbência em dizer que o pessoal do Big Brother joga por nada. Que um milhão não é dinheiro. Não compra a casa dos seus sonhos. Uma mansão no Gonzaga em Santos de 1,5 milhão.
Se esta besteira tivesse saído da boca de uma pessoa milionária, ainda teria perdão, mas de uma coitada que não tem onde cair morta. Deixa ela falar isso para os favelados que moram em suas palafitas de 15.000 reais.

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sábado, 27 de março de 2010

FLAGELADO

Numa reunião na Sociedade de Melhoramentos do Jd. Costa e Silva em Cubatão conversávamos sobre a falha da Prefeitura:

- Éd, a gente que mora aqui paga aluguel, água, luz, imposto, e até taxa de lixo, isso quando não tem que dividir o banheiro nestes cortiços. E, no entanto, somos vistos como ricos porque não moramos na favela.

- Como assim? – disse-lhe.

- Bom, eles lá têm direito a vários benefícios sociais, até geladeira estão ganhando. São cestas básicas, ticket do leite, sopão e até brinquedos na época do natal – disse Geraldo.


- Isso deve ser porque eles nos consideram indigentes miseráveis por não termos pelo menos um barraco pra morar – disse Marquinhos.

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MISERICÓRDIA

Certa ocasião um amigo meu pastor estava aconselhando um rapaz em relação ao pai dele:

-Vítor! No pior que ele seja é seu pai, você tem que amá-lo.

- Mas Pastor, ele chega bêbado, bate em mim e na minha mãe, quebra tudo em casa – disse o rapaz.

- Mas, veja o exemplo do sofrimento de Cristo. É uma aprovação como a de Jó – o Pastor falou com relutância.
Eu não me agüentei e disse:

- Vítor, eu vou falar com seu pai.

- Ele não ouve ninguém, Éd – disse o rapaz.

Então fui à casa do pai do Vítor assim mesmo.

- Seu Carlos, preciso falar com o Senhor.

- Se vier com estes papos de igreja, sai fora – disse ele.

- O seguinte é esse, o Senhor está incomodando a vizinhança, e, se não parar com seus barracos, o bicho vai pegar – disse-lhe.

- Aqui em casa quem manda sou eu. Eu quero ver se tem algum homem pra mim fazer parar – disse ele.

- Bom, o recado está dado – falei sem cerimônias.

Aí, ele veio me empurrando e nós começamos a brigar. Só que a rapaziada já não gostava dele mesmo, e se juntou a mim. O machão levou um cacete que nunca mais brigou em casa. Muitas vezes queremos evitar brigas se sujeitando a humilhações. Às vezes por covardia, às vezes por ensinamentos religiosos mal aplicados. Como você vai amar alguém que te judia? Só se você for um masoquista, aquele que gosta de sofrer.



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O EGOÍSMO

Uma vez me convidaram para ir a uma igreja evangélica no Caminho dos Pilões em Cubatão. Quando começou o culto, várias pessoas iam lá à frente e falavam no microfone:

- Deus, obrigado pelo carro, e me ajude a comprar uma casa – disse uma irmã.

- Deus, me ajude a conseguir um emprego – falava a outra.

- Deus, eu preciso me curar desta tosse – disse mais uma.


Aí, eu não me agüentei, e pedi a vez da palavra:

- Deus, em primeiro lugar, perdoa-nos por nossas falhas. Iluminai as nossas cabeças para que aprendamos a nos ajudar mutuamente, iluminai nossos governantes para construir uma sociedade mais justa economicamente, pois eles são os profetas que nós elegemos através de suas promessas.

sexta-feira, 26 de março de 2010

AMARRADO

A propaganda é o maior beijo na sociedade. Ela induz ao prazer adquirido. O povo paga o luxo do Sílvio Santos, Xuxa Meneguel, Faustão, Gugu Liberato. Mas, pelo menos, eles não usam o nome de Jesus para ganhar dinheiro.

Um dia desses um colega me falou:

- Éd, ainda não inventaram uma máquina de fazer dinheiro.

- Você está enganado. E as máquinas de caça níquel? Elas enriquecem seus donos.

O povo é manipulado de todo jeito. Se, pelo menos fôssemos um povo rico, menos mal, mas, infelizmente, somos um povo pobre num país rico.

Precisamos de um Pelé para sairmos da prostituição e levantar vôo como uma fênix. Até lá, cuidado com o beijo do canto da sereia das religiões para não ficar amarrado em nome de Jesus.


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PROPÓSITO

Uma amiga me perguntou porquê estou fazendo este trabalho filosófico:

- Foi algo que surgiu a partir de momentos conturbadores com conhecidos meus, e me levaram a pensar o que leva o ser humano a fazer certas loucuras.

- Me explica melhor, Éd. É um tanto curioso.

- Eu trabalhava com um rapaz que estava tendo problemas com a ex-mulher, só quê, no entanto, ele não se abria, não conversava com a gente. Este rapaz tinha tudo pra viver numa boa, conseguir outra pessoa legal. Mas perdeu a cabeça e acabou fazendo besteira. Ele deu três tiros nela e depois se matou.

- Existem muitas pessoas estranhas, nê Éd?

- A gente vê mais estas coisas na televisão, no jornal, e, quando chega tão perto, percebemos que a tragédia é muito real. Outro dia encontraram no Samaritá em São Vicente, outro conhecido nosso – ele era trabalhador e tinha um futuro promissor – que foi encontrado morto num aspecto de terror. A sua morte foi efetuada com requintes de crueldade, amarraram-no, apedrejaram-no e tacaram fogo. Dizem que ele se envolveu com uma ex de cadeeiro.

- O Mundo está muito estranho. As pessoas estão perdendo os valores – ela disse indignada.
- Por isso que eu acho que devemos mexer na ferida para descobrir o vírus causador destas pragas. O meu trabalho consiste nisto.

O VOTO

"O voto é um cheque em branco que assinamos dando poder para quem deveria cuidar da Nação" - SENSITIVISTA.

Eu fui dar importância ao voto na época do Collor. Nós brasileiros não sabíamos votar ainda. Tínhamos muita sede pra sair da ditadura e escolher o nosso primeiro  presidente. Muitos votaram no Collor porque ele era jovem, rico e bonito. Tinha um bom discurso sobre os descamisados e que ia caçar os marajás. Depois, só foi decepção e tristeza. Uma enxurrada de denúncias, fraudes e corrupção se apoderaram do país.

Foi desmascarada toda uma rede do esquema do seu PC Farias, homem que coordenou a campanha eleitoral de Collor, que no qual morreu de forma muito estranha numa cama de motel com sua amante, ficando a suspeita de queima de arquivo.
 
A imprensa não falou dos milhares de suicídios que houve na época, quando a sua equipe econômica liderada pela ministra Zélia Cardoso confiscou até o dinheiro da poupança. Absurdo!

O país ficou num alvoroço. Tudo isso podia ter sido evitado se o povo tivesse votado no outro candidato que estava disputando a presidência – o Lula. Não o elegeram porque a elite tinha muito medo dele, e se propagou o preconceito dele ser pobre, metalúrgico, analfabeto e comunista. 

A campanha eleitoral foi um teatro, uma palhaçada. A propaganda invadia nossas casas pela televisão com aquele papo de caçador de marajás para salvar os descamisados. A coisa era apelativa mesma.
 

Nós brasileiros, ainda ingênuos, caímos na conversa. Os salários ficaram mais reduzidos. Magri – Ministro do Trabalho - falava que não podia dar aumento porque era um fator “imexível”. Com a expulsão do Collor, o Lula conseguiu chegar na presidência depois do FHC ter governado o país por 8 anos e ter estabilizado a economia com o plano real. Mas até hoje os índices de roubo do dinheiro público é alarmante, cadê o julgamento do "Mensalão"?
No debate na TV na última eleição presidencial, Fátima e Bonner foram parcialíssimos, deixavam bem claro: “Estamos entrevistando para a História. Quem não for aprovado aqui, não se elege”. Foram complacentes com Dilma, implacáveis com Marina. Não fizeram uma só pergunta importante, que correspondesse à resposta que elucidasse, esclarecesse ou informasse o telespectador. Que em 3 de outubro, além de cidadão-contribuinte, será também eleitor.
Esses debates múltiplos não acrescentam muito nem ao candidato nem ao futuro eleitor. Na Band, existiam as regras clássicas, que todos seguiam. O Ricardo Boechat se colocava como jornalista mediador e “não como arauto da História”, como estava escrito no vocabulário de Fátima e Bonner.
Ela prejudicou a “entrevista”, queria aparecer mais do que o marido. Veio a ordem, utilizando a tecnologia: “Interrompa a Fátima, estamos caindo no Ibope”. Como se sabe, tudo é “milimetrado”. Bonner mudou, calou a Fátima.
Na Band, Dilma foi péssima, Serra histriônico e falador, Marina nem apareceu. Dilma “fugiu” da pergunta do Joelmir Beting sobre “dívidas”, uma das mais importantes. E a própria Dilma falou sobre portos, mas se embaralhou toda, os nossos são os mais atrasados do mundo.
(Os americanos, que são os que mais compram e vendem para a Índia e a China, ficam assombrados. Esses países carregam e descarregam mais de 50 ou 60 navios por dia, sem o menor atropelo. No Brasil, Santos não funciona, Paranaguá sempre engarrafado. São os maiores do Brasil).
Nas “entrevistas” do “Jornal Nacional”, além da arrogância e prepotência dos entrevistadores, a visível discriminação. Como Dilma ia muito mal (nem liguemos para falhas que chamam de gafes, sem qualquer importância) resolveram protegê-la, sem perguntas aprofundadas. E ainda “deram parabéns a ela”. Inacreditável.
Não sei qual o interesse do “Jornal Nacional” (Fátima e Bonner eram apenas “representantes”) em polarizar a “entrevista” entre Dilma e Serra. Todas as perguntas eram sobre “o relacionamento dela com o presidente Lula”. Perda de tempo, não há ninguém, entre os mais ou menos informados, que desconheça a ligação Lula-Dilma.
Com isso, “estimularam” o caráter PLEBISCITÁRIO da eleição, que é o sonho de Lula desde o início. Mas qual o interesse da TV Globo em jogar a eleição para uma luta Serra-Dilma, que é o que acontecerá mesmo? (Por falta de uma REFORMA PARTIDÁRIA que imponha CREDIBILIDADE e REPRESENTATIVIDADE à eleição).


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quinta-feira, 25 de março de 2010

MANIPULAÇÃO

Numa reunião na Sociedade de Melhoramentos do Jd. Costa e Silva em Cubatão nós falamos sobre armadilhas, as tais camas de gatos:

- Minha madrasta é a maior víbora manipuladora. Ela consegue tudo com meu pai – disse Ricardo.

- Como assim? – perguntei curioso.

- Éd, ela conseguiu me por para fora de casa porque descobri a sua safadeza com outro cara.

- É mesmo! Mais como?

- Ela, aproveitando dos sentimentos do trouxa do meu pai, mentiu dizendo que tentei pegá-la à força. Inventou uma briga e fez marcas de agressões nela mesma, acusando-me descaradamente.

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ENTRAVES

Numa reunião na favela do Caic em Cubatão falávamos sobre o desemprego na cidade:

- Éd, por quê têm tanto trabalhador de fora e a gente fica desempregado? – disse Madruga.

- Existe uma máfia que se apoderou do Pólo, monopolizam os empregos e ainda dizem que o cubatense é vagabundo – disse Carlos.

- Mas como mudar isso? – disse Mulambo.

- Precisamos falar com o prefeito e com os sindicatos para facilitar o ingresso do trabalhador cubatense. Alegam que o cubatense não é especializado – disse-lhes desanimado.

- Ora bolas! Especializado para bater martelo e varrer o chão? Me dá licença meu – disse Madruga.

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DESENTENDIMENTO

Uma amiga no orkut me questionou sobre a madre Tereza de Calcutá:

- Éd, ela foi uma santa!

- Mas, por quê você está falando isso?

- Não! É por causa daquela carta à Madre.

- Minha filha, presta atenção no que você lê. Veja bem o título – disse com impaciência.

- Carta à madre Alzira de Calcutá! Mas, quem é esta Alzira?

- É a minha mãe, fiz uma alusão a ela.

Tem gente que tem a mente atrofiada, ou é bitolado mesmo. Sem contar com aquelas pessoas que não conseguem entender um texto ou uma conversa. São deficientes mentais.

Um dia, estava explicando para uma moça que ela estava sendo usada pelo patrão num bar noturno onde trabalha:

- Minha filha, ele está te aliciando para a prostituição. Induzindo-a para o dinheiro fácil.

- Mas, Éd o que é aliciando? E induzindo? – perguntou curiosa.

Como é difícil a comunicação para quem não tem estudo. Outro dia, explicava para uma amiga dela sobre o malefício da cocaína, e sabe o que me respondeu:

- Mas o que é cocaína? É este pózinho branco?

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CONSCIENTIZAÇÃO

No curso de monitor ambiental realizado na OAB de Cubatão conheci outras lideranças comunitárias - Miúdo, Zumbi, Agenor, Jé Maria, Trovão, Maria Aparecida, entre outros.

Tivemos aula sobre meio-ambiente, cidadania, legislação, botânica, preservação, etc. Naquela ocasião me sentia um fiscal do meio-ambiente, que quase me valeu a vida.

Tinha um velho na favela do Caic que inventou de fazer um ferro velho no mangue. Ele trazia tudo que era tranqueira. Juntou um monte de pneus velhos de bicicleta. O velho era mal assombrado. Depois de certo tempo ele viu que só estava ocupando espaço no seu barraco e achou melhor jogar fora. Ele teve a incumbência de jogar os pneus no mangue, depois da cerca de retenção. Não agüentei ver aquilo e disse:

- Meu! Vou te dá o prazo de até amanhã pra tirar esta porcaria! Você é louco. Fica trazendo lixo pro mangue.

O bicho pegou. Ele queria me matar.

- Não vou tirar não, a maré leva embora – disse o condenado.

- Meu! Você traz estas porcarias da rua pra contaminar o mangue! Não tem consciência do estrago ambiental!

- Mas, eu não consegui vender, e achei melhor jogar fora aí mesmo.

- Meu camarada! Se você não tirar, vou te denunciar pro meio-ambiente. Você é quem sabe!

Graças a Deus o infeliz tirou os pneus velhos de lá.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

A CONSIDERAÇÃO

Nos velhos tempos na favela do Jd. Irene em São Paulo, eu, o Pachoca, o Boy, o Kodú, o Véio, o Cafú e toda a rapaziada convivíamos na pobreza e no descaso do poder público. Nosso campinho de futebol era do lado de um córrego de esgoto. Toda hora a bola caía lá, e na nossa negligência a pegávamos sem limpá-la direito, e daqui a pouco era bola na cabeça, bola no peito, etc.

Não tínhamos muitas opções de lazer pra nada. O que tinha era muito tiroteio, parecia faroeste.

Mas o Cafú se lembrou de nós. Levantou a taça da copa com o Jd. Irene escrito no peito. Foi uma emoção inesquecível, só comparada com o Senna quando levantava a bandeira do Brasil para mostrar pro Mundo que era Senna da Silva, brasileiro.

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A REVOLTA

Há 15 anos, na favela do Capão Redondo em São Paulo, fizemos uma reunião geral. Veio gente do Jd. Irene, Valo Velho, Santo Eduardo e vizinhança.

Nesta região é onde se concentrava o maior grupo de comunidades carentes do Brasil, a maior favela do continente. O assunto discutido foi a proibição dos camelôs, que gerou uma guerra entre comunidade e a polícia. O Pachoca era o mais exaltado:

- A gente vê este sistema numa fita desigual! Meu!

- Não tem emprego, a gente tem família pra criar! – disse Boy.

Passou o tempo. O nosso prefeito Paulo Maluf quase foi presidente. Muitos falavam: “ele rouba, mas faz”. Mas, a sua derrota foi falar: “estupra, mas não mata”. Pois é, estão estuprando as comunidades carentes até hoje.

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terça-feira, 23 de março de 2010

PILANTRAGEM

Nas favelas da vida me deparei com situações um tanto que angustiantes. Vi moças casadas se prostituindo sem os maridos saberem, e aí perguntei pra uma delas:

- Mas, não dói em você fazer isso com ele? Pois ele é pai do teu filho.

- Éd, eu não consigo emprego decente, não tenho muito estudo. Minha mãe está passando necessidade lá no norte com meus irmãos. A situação é desesperadora.

- Então, porque você não separa dele. É muita humilhação para um homem.

- Não estou nem aí. Preciso do dinheiro dele também.

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O MISTÉRIO

Numa das reuniões na favela das Cotas em Cubatão, uma moça me perguntou:

- Éd, por quê nos folhetos das igrejas sempre aparece Jesus sofrendo. Ou é com a coroa de espinhos ou então pregado na cruz?

- É um mistério, pois quando queremos prestigiar alguém escolhemos as melhores roupas – falei cautelosamente.

- Será que é para ensinar a ser santo?

- Se tiver que sofrer pra ser santo, eu estou fora – disse um menino.
As pessoas começaram a rir.

- Tá bom! Vamos falar então, sobre disco voador? – sugeri.

- Quando os marcianos vão chegar pra salvar a gente? – disse o menino.
Aí tivemos que terminar a reunião.

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CURIOSIDADE

Numa reunião na favela do São Remo em São Paulo, uma moça perguntou:

- Por que colocaram a imagem de Cristo pregado na cruz?

- Dê certo, não era para fazer propagandas dos pregos – disse Carlos em tom de zombaria.


- Talvez seja para mostrar o seu sacrifício por nós – disse Maria.

- Esta imagem faz com que nós nos sensibilizemos por Cristo, aumentando o sentimento de compaixão – disse-lhes.

- Os romanos eram mesmo na lei da espada – disse Ana – e, tinham toda uma cultura imperialista. Sabiam dominar até o espírito da pessoa.
- Agora imaginem vocês, quando os jesuítas chegaram aqui no Novo Mundo e encontraram um monte de índios, e, estes viram um homem pregado num pedaço de pau em forma de cruz. Qual foi a primeira impressão destes povos: será que estes caras não vão fazer o mesmo com a gente? – disse-lhes.

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MALDADE BRUTA

Andando pela favela da Vila Natal em Cubatão eu me deparei com uma criatura feita de carne e osso mas com um espírito de porco. Começamos a falar sobre criação de filhos, e ela teve a capacidade de dizer:

- A natureza do mal está nas crianças.

- De onde você está tirando esta idéia? – perguntei assustado.

- Não! É que o meu marido foi criado à base de coronhada de revólver, e ele hoje é um homem – disse ela.

- Mas será que ele gosta do pai dele? Ele é normal?

- Ele adora o pai, e agora esta maldita lei que nos impede de encostar a mão no filho, é um absurdo! – disse ela eloqüentemente.

Como tem gente estranha. Os loucos não são só aqueles que estão nos manicômios – pensei.

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SEPARAÇÃO

Certo dia na favela da Vila Natal em Cubatão, durante uma reunião, uma moça me perguntou:

- Éd, eu quero me separar do meu marido, mas ele não quer que eu leve o meu filho para o Norte. O que eu faço?

- Minha filha, o certo era vocês conseguirem continuar juntos.

- Mas Éd, nós não estamos mais se entendendo. Estamos até nos agredindo.

Passaram alguns dias e eu acabei encontrando o marido dela.

- Éd, ela é esperta. Quer ir embora com outro cara, levar meu filho, vou ter que vender a casa pra dar a metade, e ainda, pagar pensão.

- Meu filho, a lei dos homens, infelizmente, nem sempre é justa.

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A DESIGUALDADE



Um dia na Favela da Vila Esperança em Cubatão, durante uma reunião, um Senhor me fala:


- Éd, eu vi uma reportagem na televisão que um mendigo nos Estados Unidos vai mandar dinheiro pra os mendigos daqui.

- É verdade, ele é mendigo lá, mas aqui ele ganha mais do que advogado – respondi.

- Mas, como é que pode isso?

- Lá é um país rico que domina o Mundo. Vai muito dinheiro da gente pra lá. É das coca-colas, dos carros importados, tênis e outros produtos que compramos, e com isso, enriquecemos eles. Nós desempregamos os brasileiros aqui, comprando produtos de fora – disse amargamente.

Aí um garoto ouvindo a conversa, disse:

- Eu quero ser mendigo nos Estados Unidos.

- Mas não precisa ir pra lá, aqui também se ganha muito dinheiro pedindo esmolas. Quando fui manobrista no restaurante Galletos em São Paulo, perto da Paulista, via duas mulheres com criança no cólo pedindo dinheiro no farol. Ganhavam tanto, que ainda davam uma grana pra gente com pena das míseras caixinhas que os fregueses deixavam – eu disse veemente.

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sábado, 20 de março de 2010

INGENUIDADE RELIGIOSA

Numa reunião na favela da Vila Dalva em São Paulo, um garotinho me perguntou:

- Éd, por quê Jesus lavou os pés dos apóstolos e o padre não lava o meu?

- Juninho, é difícil responder. Jesus era Jesus, passava sabedoria com humildade.

- Por quê têm os ricos e os pobres?

- Porque a igreja não segue direito os ensinamentos de Jesus, dividindo o pão em fatias iguais.

- Por quê minha mãe dá dinheiro pra igreja ao invés de comprar pão pra gente?
- Talvez por culpa ou medo do inferno que a religião cristã propaga.

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IDIOTICE

Eu estava conversando com uma amiga, quando, de repente, chega um senhor de seus 60 anos e disse:

- Têm uns moleques ali fumando maconha. O meu pai, quando eu era pequeno, me deu uma surra de cipó só porque eu estava jogando bolinha de gude, e, por causa disso virei homem.

- Mas, se ele tivesse tido uma boa conversa com o senhor não seria melhor? – perguntei indignado.

- Não! Porque eu não prestava.

- Mas, bolinha de gude era crime como a capoeira no passado? – perguntei com certa ironia.

- Ele estava no seu direito.

- E o Senhor batia nos seus filhos por qualquer coisa?

- Nunca bati – o velho disse sem muita segurança.

- Então o Senhor é mais inteligente que seu pai – disse com vontade de rir.

Só foi eu falar isso pra ele querer me bater.

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INOCÊNCIA

Numa classe de aula, o professor explica sobre a civilização romana:

- Os romanos dominaram o mundo e implantaram a sua cultura através dos povos vencidos. Eles acreditavam em vários Deuses.

- Mas, Professor, eles dominavam pra quê?

- Para explorar outros povos. Quando Jesus começou com sua filosofia de respeito mútuo, eles que não eram nada bobos, deixaram para os judeus que o matasse.

- Os romanos dominam até hoje? – pergunta o aluno.

- Quem está no poder não quer perder o trono. Tanto é, que Roma é um grande poder até hoje.

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MEDIOCRIDADE

Havia três homens, um cristão, um judeu e um sem religião. Os três conversavam sobre Deus.

- Deus é Jesus que perdoou os nossos pecados na cruz e fez vários milagres – disse o cristão.

- Deus é o Messias que virá para nos salvar – disse o judeu.

- Deus é Universal, ele está em cada um de nós – disse o ateu.

A conversa foi se estendendo até virar discussão.

- O Novo Testamento fala que Jesus é o Messias – disse o cristão.

- Jesus não escreveu nenhuma linha na Bíblia – disse o judeu.

- Por quê ao invés da gente discutir isso, não vamos fazer uma boa ação, investigar a administração pública, se realmente estão investindo certo os nossos impostos para a comunidade? – perguntou o ateu.

O ateu acabou saindo, e, os outros dois começaram a se ofenderem.

- Você está condenado por estar duvidando – disse o judeu.

- Não! Você é que está condenado nas profundezas do inferno por ter matado o filho de Deus! – disse o cristão.

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Consciência

Fora corrupção.Vamos viver, pelo menos, com decência!!! A formação política dos chilenos, como de todos os hispano-americanos do começo do séc. XIX, era algo de uma ineficiência gritante. Quase que sem transição, viram-se esses povos donos de seus destinos, sem preparo para a difícil tarefa de governar. Surgiram à tona todas as AMBIÇÕES.