MESPR - Movimento de Evolução Social, Político e Religioso

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sexta-feira, 29 de julho de 2011

UM PEDIDO - Hélio Fernandes

Sequestrado e violado

A ideologia que devora o homem que não se submete ou é excluído por não fazer parte da corja. O terrível exercício do silêncio e da solidão, na lembrança de 43 anos depois, na imprevisível Fernando de Noronha.

Sentado diante da máquina de escrever, cercado de solidão por todos os lados, perdido nesta ilha que sempre foi tida como maldita, incomunicável pela vontade dos homens e pela decisão irrecorrível da natureza, sou um homem nu diante de mim mesmo, assaltado por todas as dúvidas e por todas as indecisões.

Isolado num barraco de madeira, cercado de ratazanas, lagartixas e mosquitos, começo este livro, para transmitir as reminiscências que sobraram da aplicação ilusória de uma violência.

Sinto-me confuso e atordoado, como alguém isolado no meio da multidão sem rosto, onde cada um procura salvar não apenas o que sobrou de si mesmo, mas o que sobrou dos seus sonhos e das suas esperanças.

E a grande dúvida que não será respondida por ninguém durante muito tempo: terá sobrado alguma coisa de alguém?

Nesta ilha maldita e selvagem, talvez o maior tormento e o maior pesadelo seja mesmo o tempo que sobra para meditação. Como dizer alguma coisa, se ninguém tem certeza de nada? Como ser atual, se ninguém sabe definir sequer o que é atualidade, quando apenas os jovens de menos de 20 anos parecem ser os únicos sensatos num mundo que naufraga irremediavelmente numa tempestade de desânimo, de falsidade e principalmente de hipocrisia. Os jovens pelo menos são autênticos, dizem o que sentem, submetem-se ao seu próprio julgamento, fazem o que querem, sem se preocuparem de forma alguma com a opinião dos outros ou até com a sua própria imagem refletida no espelho em frente. E alguns, nem querem saber se existe espelho ou até mesmo se existe alguma coisa na frente deles.


Como será o mundo do futuro?

PS – Este é um capítulo do livro que o jornalista Hélio Fernandes escreveu em Fernando de Noronha quando estava preso, e, que a ditadura não deixou ser publicado. O pedido que eu faço é que não deixe de publicar. É a nossa história. Quem quiser conferir o seu blog é –
http://www.tribunadaimprensa.com.br/ 

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Será que é vergonha roubar mas não poder levar?
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Consciência

Fora corrupção.Vamos viver, pelo menos, com decência!!! A formação política dos chilenos, como de todos os hispano-americanos do começo do séc. XIX, era algo de uma ineficiência gritante. Quase que sem transição, viram-se esses povos donos de seus destinos, sem preparo para a difícil tarefa de governar. Surgiram à tona todas as AMBIÇÕES.