“Os pais contaminam seus filhos
levando-os a condenação, ou glorificam seus filhos levando-os a inspiração. Vale
mais ser filho de pais separados do que viver em ambientes de discórdias e
brigas” – SENSITIVISTA.
Sempre na primeira análise o desabafo se dá pela melhor lógica: por que
não sou filho daquele casal que se ama? Ao invés: pelo menos acabaram as
agressões depois da separação.
Temos que cultivar sempre o lado positivo das coisas. Tem um ditado que
mostra muito bem isso: nada garante em que, diante de uma situação ruim, ela
não possa piorar. Pois muito bem, não podemos só reclamar da situação presente
por completo, poderia ser pior.
A boa convivência é o resultado de afinidades, cumplicidade e
companheirismo, estreitando laços de confiança que traz segurança e entusiasmo
para o espírito. A má convivência é resultado de repressão, imposição e
ausência, gerando carga negativa de desentendimento que resulta em brigas
devido à intolerância conquistada pela falta de afeto.
E, não adianta falar em Deus ou no Diabo, pois só estará abafando o
problema que explodirá como um vulcão mais na frente. Esta é uma metodologia
que não está funcionando muito bem, apenas desvia o foco do problema e adia a
sua sangria. A solução não está no filho contaminado, mas no pai ou na mãe.
Eles são portadores do vírus maligno espiritual, pois eles colocaram seus
filhos no mundo e estão formando-os a sua imagem e semelhança.
Não existe uma salvação propriamente dita, mas sugestões de caminhos que
podem ser testados. O pai e a mãe que ainda querem recuperar o cordão umbilical
devem se desprender de preconceitos ou tabus preconizados pelos seus pais, avós
e religião que resultam numa política de afastamento. Podendo ir ao encontro de
seus filhos entrando devagar em seus mundos. Ex: jogar bola, videogame,
excursões, passeios, danceterias, festas, etc.
Ambientes familiares contaminados estão condenados ao ostracismo, a
inércia e a paralisia. Existe nestes ambientes uma carga tão negativa que anula
a disposição, a cordialidade e o carinho; trazendo a preguiça, a estupidez e a
intriga.
Comportamentos de austeridade familiar são seqüelas de 20 anos de
ditadura militar que devoraram muitos laços de fraternidade e cortesia que
antes do golpe de 64 imperava em nossa sociedade. A repressão é um fogo
demolidor para o espírito, atormentando e aterrorizando-o na formação de
infernos.
Exemplo de uma passagem em plena
ditadura onde muitos rapazes eram presos só por terem rádios, acusados de
subversão:
“O Senhor precisa
saber que esses rapazes todos foram presos e torturados pelo crime de serem
apanhados com esses radinhos de galena. O Capitão caçava os meninos e
entregavam os infelizes para os soldados aplicarem os corretivos que agora se
sabe quais eram. E tem mais, os mendigos que o senhor mandou o Capitão largar
numa outra cidade qualquer, apareceram afogados com os corpos cheios de sinais
de espancamento.”
Neste ínterim alguns conseguiram se libertar desta corrente espiritual através
do estudo e da pesquisa, outros se sucumbiram na ignorância da devoção
religiosa para abrandar o sofrimento, mas se enterraram numa alienação que
impede o livre arbítrio ou até a própria felicidade. E, também existe o fator
econômico que é um desastre no Brasil atual. Uma amargura profunda invade o meu
espírito diante do inferno tristíssimo de inumeráveis trabalhadores recebendo
salários que os submete, a eles e às famílias, a condições de vida
infra-humanas.
Vejam – www.ed10alemao.wordpress.com