MESPR - Movimento de Evolução Social, Político e Religioso

MESPR - MOVIMENTO DE EVOLUÇÃO SOCIAL, POLÍTICO E RELIGIOSO

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

REPÚBLICA DO BRASIL



Proclamação da República Brasileira aconteceu no dia 15 de novembro de 1889. Resultado de um levante político-militar que deu inicio à República Federativa Presidencialista. Fica marcada a figura de Marechal Deodoro da Fonseca como responsável pela efetiva proclamação e como primeiro Presidente da República brasileira em um governo provisório (1889-1891).

Marechal Deodoro da Fonseca foi herói na guerra do Paraguai (1864-1870), comandando um dos Batalhões de Brigada Expedicionária. Sempre contrário ao movimento republicano e defensor da Monarquia como deixa claro em cartas trocadas com seu sobrinho Clodoaldo da Fonseca em 1888 afirmando que apesar de todos os seus problemas a Monarquia continuava sendo o “único sustentáculo” do país, e a república sendo proclamada constituiria uma “verdadeira desgraça” por não estarem, os brasileiros, preparados para ela.

Os problemas no Império estavam em várias instâncias que davam base ao trono de Dom Pedro II:
  • A Igreja Católica: Descontentamento da Igreja Católica frente ao Padroado exercido por D. Pedro II que interferia em demasia nas decisões eclesiásticas.
  • O Exército: Descontentamento dos oficiais de baixo escalão do Exército Brasileiro pela determinação de D. Pedro II que os impedia de manifestar publicamente nos periódicos suas críticas à monarquia.
  • Os grandes proprietários: Após a Lei Áurea ascende entre os grandes fazendeiros um clamor pela República, conhecidos como Republicanos de 14 de maio, insatisfeitos pela decisão monárquica do fim da escravidão se voltam contra o regime. Os fazendeiros paulistas que já importavam mão de obra imigrante, também estão contrários à monarquia, pois buscam maior participação política e poder de decisão nas questões nacionais.
  • A classe média urbana: As classes urbanas em ascensão buscam maior participação política e encontram no sistema imperial um empecilho para alcançar maior liberdade de econômica e poder de decisão nas questões políticas.
A Proclamação da República
A República Federativa Brasileira nasce pelas mãos dos militares que se veriam a partir de então como os defensores da Pátria brasileira. A República foi proclamada por um monarquista. Deodoro da Fonseca assim como parte dos militares que participaram da movimentação pelas ruas do Rio de Janeiro no dia 15 de Novembro pretendiam derrubar apenas o gabinete do Visconde de Ouro Preto. No entanto, levado ao ato da proclamação, mesmo doente, Deodoro age por acreditar que haveria represália do governo monárquico com sua prisão e de Benjamin Constant, devido à insurgência dos militares.

A população das camadas sociais mais humildes observam atônitos os dias posteriores ao golpe republicano. A República não favorecia em nada aos mais pobres e também não contou com a participação desses na ação efetiva. O Império, principalmente após a abolição da escravidão tem entre essas camadas uma simpatia e mesmo uma gratidão pela libertação dos escravos e da vitória na guerra do Paraguai. Há então um empenho das classes ativamente participativas da República recém-fundada para apagar os vestígios da monarquia no Brasil, construir heróis republicanos e símbolos que garantissem que a sociedade brasileira se identificasse com o novo modelo Republicano Federalista.
A Maçonaria e o Positivismo
O Governo Republicano Provisório foi ocupado por Marechal Deodoro da Fonseca como Presidente, Marechal Floriano Peixoto como vice-presidente e como ministros: Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e o Almirante Eduardo Wandenkolk, todos os presentes na nata gestora da República eram membros regulares da Maçonaria Brasileira. A Maçonaria e os maçons permanecem presentes entre as lideranças brasileiras desde a Independência, aliados aos ideais da filosofia Positivista, unem-se na formação do Estado Republicano, principalmente no que tange o Direito.

A filosofia Positivista de Auguste Comte esteve presente principalmente na construção dos símbolos da República. Desde a produção da Bandeira Republicana com sua frase que transborda a essência da filosofia Comteana “Ordem e Progresso”, ou no uso dos símbolos como um aparato religioso à religião republicana. Positivistas Ortodoxos como Miguel Lemos e Teixeira Mendes foram os principais ativistas, usando das alegorias femininas e o mito do herói para fortalecer entre toda a população a crença e o amor pela República. Esses Positivistas Ortodoxos acreditavam tão plenamente em sua missão política de fortalecimento da República que apesar de ridicularizados por seus opositores não esmorecem e seguem fortalecendo o imaginário republicano com seus símbolos, mitos e alegorias.

A nova organização brasileira pouco ou nada muda nas formas de controle social, nem mesmo há mudanças na pirâmide econômica, onde se agrupam na base o motor da economia, e onde estão presentes os extratos mais pobres da sociedade, constituída principalmente por ex-escravizados e seus descendentes. Já nas camadas mais altas dessa pirâmide econômica organizam-se oligarquiaslocais que assumem o poder da máquina pública gerenciando os projetos locais e nacionais sempre em prol do extrato social ao qual pertencem. Não há uma revolução, ou mesmo grandes mudanças com a Proclamação da República, o que há de imediato é a abertura da política aos homens enriquecidos, principalmente pela agricultura. Enquanto o poder da maquina pública no Império estava concentrado na figura do Imperador, que administrava de maneira centralizadora as decisões políticas, na República abre-se espaço de decisão para a classe enriquecida que carecia desse poder de decisão política.


GUERRA DE CANUDOS

Marcada por vários conflitos, a queda da Monarquia e instalação da República foi um dos momentos que mais se destacaram na história brasileira. Um desses conflitos foi a chamada Guerra dos Canudos (1896 – 1897), um confronto entre a população de fundo sócio-religioso e o Exército da República.

Causas

Essa guerra aconteceu na comunidade de Canudos, interior da Bahia, e pode-se dizer que aconteceu por causa de vários fatores, como as graves crises econômicas e sociais em que se encontrava a região naquela época, as secas cíclicas, o desemprego e também uma onda de crença na salvação milagrosa dos cidadãos daqueles arredores, influenciados por um revolucionário chamado Antônio Conselheiro.

Antônio Conselheiro – Curiosidades sobre o líder da Guerra dos Canudos

·         Tido como um dos mais influentes líderes da Guerra dos Canudos, Antônio Conselheiro foi um homem que acreditava piamente na salvação e sonhava com um Brasil justo para com as suas regiões.

·         Nascido na vila de Quixeramobim, interior do Ceará, Conselheiro cresceu em uma família que possuía um padrão de vida mediano, mas até confortável.

·         Durante a sua infância, pôde receber uma educação ampla e com o passar dos anos ele foi ganhando perspectivas maiores sobre o sertão e as suas contrariedades. Ao se mudar para Canudos em 1893, Antônio iniciou uma pregação religiosa que defendia o cristianismo primitivo.

·         Em geral, ele defendia que os homens deveriam se livrar das injustiças e opressões das quais eram impostos a aturar, buscando sempre a superação dos problemas de acordo com os valores da religião Cristã. Muitos fiéis acabaram por se identificarem com suas pregações e em poucos anos a região estava contando com cerca de 25.000 habitantes, o que levou Antônio a rebatizar a área com o nome de Belo Monte.


Resumo sobre o conflito em si e suas consequências

Como de praxe, as autoridades não gostaram de ver a população esperançosa e lutando pelos seus direitos, logo, ficou claro que Antônio Conselheiro era uma ameaça à ordem do local. Outro lado que não estava feliz com as pregações de Conselheiro era a Igreja, que alegava que os seguidores dele eram apegados à heresia e à depravação. O conflito contou com quatro expedições militares, sendo as três primeiras tentativas das tropas do governo derrotadas pelo arraial de Canudos. Os povos do sertão estavam armados e resistiram com grande força ao combate dos militares, porém na quarta tentativa as tropas do governo incendiaram o arraial, degolaram prisioneiros e mataram grande parte da população, mais precisamente a sua maioria unânime.


VEJAM





quarta-feira, 7 de novembro de 2018

A destruição de um Povo

Um povo é destruído não apenas quando é dizimado, mas quando também destroem suas condições de sobrevivência. O povo brasileiro já passou por duas ondas de destruição. A primeira foi quando os holandeses, donos dos engenhos de açúcar abandonaram as terras nordestinas para se instalarem nas Antilhas, provocando muita miséria na região em que repercute até os dias de hoje. Sendo que, se eles continuassem na região nordestina tinham promovido em muito o progresso do lugar. Suas intenções iniciais era transformar o nordeste numa nova Holanda, onde atualmente seria mais desenvolvido que o sudeste. 

Com a retomada da região pelos portugueses depois de 30 anos, houve muita recessão econômica com o fim dos investimentos holandeses, que gerou muita pobreza no lugar e, desta forma, aniquilando o povo nordestino. A saída foi os nordestinos vim para o sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro), como os venezuelanos estão fazendo hoje em dia, fugindo de seu país para sobreviver.

A segunda onda de destruição foi quando Hitler perdeu a guerra. A elite brasileira apoiava a Alemanha nazista às escondidas. Se Hitler vencesse, haveria um plano de investimentos maciço aqui no Brasil. Seriam construídas usinas nucleares, toda uma malha de infraestrutura de escoamento da produção para a exportação com rodovias, ferrovias e parte marítima. Nós seríamos uma segunda Alemanha. E, desta forma, com sua derrota, muitos brasileiros de elite partiram para outros países em busca de prosperidade. A elite sabia que o novo dono do Mundo iria fazer a América Latina de colônia escrava, como com outras por todo o globo.

O Brasil depois da era PT é uma incógnita. Veremos o que vai acontecer.

Um povo quando é destruído fica totalmente desnorteado e, se sucumbe nas mazelas da pobreza, onde reina as drogas, corrupção, prostituição, exploração infantil, analfabetismo, violência, muita brutalidade e desunião. Pois não há empregos suficientes por falta de investimentos. O poder aquisitivo do salário cada vez ficando menor, gerando formações de favelas e facções criminosas.

Com a vitória dos americanos na segunda guerra mundial se constituiu um polo canalizador de riquezas das colônias ditas capitalistas da metade do planeta para a terra do tio Sam. A outra metade ficou com a União Soviética comunista. Assim dividiram o Mundo.

O que viabiliza o poder é o comércio. A busca incessante por mercados para venderem seus produtos em suas mirabolantes condições de negócios impostas, por serem conquistadores e poderosos belicamente, escravizando nações.

O nosso MERCOSUL vai ficando só no sonho. Um sonho impossível de se realizar. Pois estes poderosos não vão deixar nunca se formar um polo comercial concorrente aos seus. Tai uma amostra da Venezuela e de Cuba, onde a mídia comprada denigre estes países como comunistas, ladrões, traficantes, bichas, maconheiros e por aí adiante, para justificar a sua falência ou derrocada econômica disfarçando ou encobrindo o principal culpado que é a ambição dos donos do mundo que por raiva de ficarem por fora de alguns negócios se vingam através de embargos comerciais, bloqueios de conta e retaliações, gerando uma crise profunda no país onde acarreta falta de alimentos e remédios para o povo.

É da conduta do homem civilizado fazer estes tipos de coisas para saciar a sua vontade capitalista. Vou citar alguns exemplos na história: Os navios piratas que roubavam o nosso ouro brasileiro e dos nossos vizinhos que eram levados pelos galeões portugueses e espanhóis. A Inglaterra adotou este golpe, mas não oficializou. Quero dizer, que a rainha sempre negou participação, uma grande mentira.

A destruição do Paraguai usando o Brasil, Argentina e Uruguai pela dona do mundo na época, a Inglaterra, para não se criar uma nação concorrente aos seus produtos já que o Paraguai estava se tornando uma potência industrial.

O nosso próprio Barão de Mauá, grande empresário empreendedor nos anos de 1850 tinha estaleiros e indústrias, se tornou mais rico que o rei D. Pedro II, por inveja e ódio dos outros poderosos viu suas fábricas sendo sabotadas, suas transações comerciais foram atingidas por leis manipuladas que passaram a cobrar taxas exorbitantes sobre suas importações, tudo isso o levando a falência. 

Temos uma série de acontecimentos recentes em nossa história que leva à suspeitas de boicotes e retaliações. Exemplos são: a Venezuela culpando Maduro, o Iraque de Saddam Hussein, as bombas atômicas no Japão, os mísseis da Coréia do Norte, a revolta da Alemanha nazista com o tratado de Versalhes, são provas cabíveis desta disputa capitalista, da fome voraz que nunca se farta, que condena muitos povos desarmados belicamente.

Recentemente me falaram que o Bolsonaro está certo em querer acabar com os direitos trabalhistas quando declarou que o brasileiro vai ter que escolher: ou emprego ou direitos, porque tem muita empresa falindo por causa de processos trabalhistas.

Eu repliquei dizendo que a falência de uma empresa está na perca de mercado dos seus serviços ou produtos. Se o empregado não recebeu direito a sua quitação, faltando-lhe horas extras e insalubridade a receber, ele está na sua razão de por na justiça. Esta perca de mercado é que realmente destrói qualquer empresa e não causa trabalhista.

A Lava Jato foi um fator culminante que gerou muito desemprego com a paralisação das obras onde deveria continuar as atividades da Petrobras e todas as empreiteiras sem prejuízo ao trabalhador, e paralelamente a isso fazer acertos de conduta e multas ou ressarcimento sem travar o fluxo de caixa. Precisaria mudar esta lei que suspende tudo num caso de investigação que é bem favorável a interesses impatrióticos. Com isso temos 13 milhões de desempregados e muitas falências.

Um novo governo se elegeu encima deste caos prometendo reverter esta situação como solução de súplica de um povo indignado por um partido cuja mídia foi ferozmente em condená-lo. Temos um país falido onde muitos poderosos estão oferecendo seus milhões emprestados para o novo governo, com grande sorriso para ganhar muito dinheiro nos juros exorbitantes, onde antes o Brasil sem a Lava Jato emprestava dinheiro e era sucesso de gestão com a Petrobrás, mesmo com todo roubo da corrupção.

Aí ficam umas perguntas a título de política internacional: será que nos outros países não há corrupção? Será que os poderosos mundiais foram e são realmente honestos?

VEJAM




segunda-feira, 22 de outubro de 2018

SANTO AGOSTINHO

https://www.infoescola.com/biografias/santo-agostinho/  


Principal filósofo do período da filosofia conhecido como PatrísticaAgostinho de Hipona ou Santo Agostinho foi um filósofo da idade média cujo trabalho ajudou a fundar as bases da filosofia adotada pela Igreja Católica, bem como levantar questões que influenciaram toda a história posterior da filosofia. Surge como um reformulador da filosofia patrística, praticada nos primeiros séculos do cristianismo, explorando temas que estavam além das questões do platonismo cristão, corrente filosófica mais popular nos primeiros anos da Patrística. Até Agostinho os filósofos cristãos defendiam que o fundamento e a essência da vida deveriam ser a fé, particularmente, a fé cristã. A partir da fé os homens tomariam decisões importantes em suas vidas e realizariam os julgamentos morais, para a razão era legada a atuação na vida cotidiana, em decisões menores e rotineiras.

Agostinho, por outro lado, conhecedor da filosofia por traz de diversas religiões e muito bem versado em filosofia geral, buscava na razão a justificativa para a fé. Se de um lado entendia que a fé era fundamental, e nunca pretendeu que a razão a subjugasse, de outro entendia que era preciso algo além da própria fé para levar os homens descrentes a considerá-la, utilizando a si mesmo como exemplo, uma vez que nunca foi particularmente inclinado ao cristianismo até encontrar-se com Ambose de Milão e reavaliar-se, convertendo-se em seguida. Entre os muitos tópicos nos quais trabalhou, explorou a questão da liberdade humana, na forma do livre arbítrio, defendendo que a Graça Divina seria o elemento garantidor da liberdade. Formulou ainda a doutrina do pecado original e a teoria da guerra justa.

Como o inovador da filosofia patrística, Agostinho também utilizou-se de argumentos céticos, especialmente em sua refutação à corrente filosófica conhecida como acadêmicos. Em sua De Genesi ad literam, defendeu o conhecimento natural e a razão, ao afirmar que, se passagens da bíblia cristã contradizem a ciência ou a razão, estas passagens devem ser reinterpretadas como metáforasestendidas, não como história. Sua justificação é a de que a razão teria sido dada por Deus que, sendo benevolente, não daria aos homens uma razão enganadora que fosse inclinada a contradizer a bíblia, por mero capricho ou erro.

No que concerne a sua teoria do conhecimento, contrariando Platão, Agostinho defendeu que o testemunho de outras pessoas, mesmo quando não nos traz uma informação verdadeira ou passível de verificação, pode nos trazer novos conhecimentos. De acordo com Gareth Matthews, Agostinho desenvolveu ainda o "argumento a partir da analogia a outras mentes" como solução padrão para o problema das outras mentes, antecipando um debate que seria levado a cabo, com mais ênfase, por Descartes, séculos depois.

Segundo Agostinho, os cristãos deveriam ser filosoficamente e pessoalmente pacifistas. Isto significa dizer que os cristãos deveriam defender a paz, optando por ela por princípio, sempre que possível, mas permite que, quando não for possível estabelecer a paz, faça-se a guerra. Entendeu que uma postura pacifica perante um mal que apenas poderia ser parado pela violência é um pecado, uma vez que permite a perpetuação deste mal. Nestes casos os cristãos deveriam considerar que uma guerra só é justa se seu objetivo for a manutenção da paz, havendo um comprometimento duradouro com a mesma. Ainda, a guerra não pode ser preventiva, mas apenas defensiva, com o objetivo de restaurar a paz, nunca de atacar aqueles que têm potencial para violar a paz, pois isto seria equivalente a punir antes do crime. Uma vez que nenhum humano é capaz de, com absoluta certeza, garantir que um crime de fato ocorrerá é injusto punir antes que o crime ocorra. Da mesma forma, a guerra só é justa quando defensiva.

O mal existe?
Pensamento extemporâneo (filosofia a qualquer tempo)
Quando pensamos no mal e em suas consequências traçando parâmetros pela realidade que nos cerca fatalmente nos faremos à seguinte pergunta: O mal existe? Se respondermos tal pergunta apenas observando a realidade em nossa volta, a violência, os crimes hediondos, a ganância que leva um ser humano a explorar outro, fatalmente seriamos levados a responder: o mal existe e está a nossa volta. Mas é preciso analisar melhor a questão.
Segundo Agostinho o mal não existe, sendo o mal apenas a privação do bem. Para Agostinho o bem é o único princípio existente, sendo que sua suprema perfeição está em Deus, o Sumo Bem.

A natureza do mal está, no próprio homem, na sua liberdade. O homem corrompe-se e tende para o mal na medida em que, como afirma Agostinho, afasta-se do Bem, ou seja, de Deus (COUTINHO, 2010). O mal é, portanto, obra da liberdade do homem, seja ele sujeito ou objeto deste mal, não existindo por si só, mas estando intrinsecamente ligada a liberdade do homem, que cria o mal quando se afasta do bem.
A visão que Agostinho tem de mal é a visão de um neo convertido que coloca na falta de moral uma das naturezas do mal, porém não só na falta de moral, mas também na condição que o homem, no exercício de sua liberdade, tem de se afastar de Deus.
Para Agostinho o mal está em afastar-se de Deus que é o Sumo Bem, pois quando o homem se priva do Bem ele comete o pecado que o torna mal. O homem tende naturalmente para o bem e o mal passa a existir a partir do momento em que o homem se corrompe afastando-se do bem.
A liberdade como causa do mal
Assim como para Agostinho, para Schelling o mal está na liberdade, mas diferente de Agostinho em que o mal é a privação do bem provocada pela livre escolha do homem, pelo afastamento de Deus, para Schelling a natureza do mal está na livre escolha do homem provocando a inversão de sua natureza.
A causa do mal está no livre arbítrio gozado pelo homem. Schelling parte do pecado original para explicar que o homem tendo a oportunidade de escolher entre o bem e o mal, escolheu o mal, provocando uma inversão na sua natureza e essa inversão o prejudicou a tal ponto que ele já não reconhece nada em seu interior que não seja psíquico tendo dificuldade de aceitar o que é divino. (PUENTE, 2010).
Éd Alemão

Na atual conjuntura política onde se encontramos, preste a eleger um presidente, ficamos atônitos mediante a cara de pau de muitos políticos comprovadamente corruptos que se alegam inocentes, que querem justificar seus gestos tenebrosos por acharem que surtiria um bom resultado para a Nação, agindo maquiavelicamente, onde os fins vão justificar os meios, mesmo eles sendo ilegais, e bravejando contra a politização do povo onde os governos se vão e o Estado fica, necessitamos acima de tudo de muita ética e entendimento de sociedade, país e Nação, onde as causas sociais precisam ser vistas em primeiro plano, não se confundindo com comunismo, mas sim em um socialismo capitalista nacionalista sem ser muito liberal para os países terrivelmente dominadores economicamente mundial. Neste parâmetro está a nossa guerra. A guerra de todos os brasileiros conforme Santo Agostinho: onde para combater o mal precisamos fazer guerra para manutenção da nossa paz que é a justiça social (menos miséria, desemprego, saúde falida, educação ineficaz, desenvolvimento econômico).

VEJAM

sábado, 13 de outubro de 2018

ATOLEIRO BRASIL


O LIXO HUMANO

Edivaldo Nascimento - Gestor Público

O pensamento construído se materializa em conceito.

Quando se generaliza o conceito, se forma uma cultura ao qual é visto moralmente aceitável.

Uma sociedade cuja cultura fez o povo se submeter aos caprichos dos poderosos pelo ditame da igreja católica de respeitar, se submeter, aceitar, sem com isso complementar uma observação óbvia que para isso precisava ter uma reciprocidade, dando a entender a muitas cabeças medíocres e hipócritas que se deve sempre se curvar mesmo diante das injustiças, construiu desta forma um povo cego, devoto, covarde e omisso. As igrejas protestantes, a partir do ex-padre Lutero que rompeu com Roma pelo seu caráter de protesto da exploração dos devotos pela igreja, mostrou esta falha na cultura religiosa católica. Falha esta bem proposital e consciente pelos líderes da igreja, porque a intenção era formar povos covardes e idiotas submissos.

Tanto é que muitas mulheres católicas casadas no passado e, até atualmente, aceitam ou admitem seus maridos violentos, drogados e cachaceiros.

Muitos religiosos acham que como um empresário tem o direito de colocar em sua empresa quem ele bem quiser, um presidente também pode. E, desta forma colocam um monte de parentes como se o país fosse dele. Isso é crime. É nepotismo. A empresa particular é capital particular. O governo é capital público, e por isso se deve fazer concurso público. O governo tem que se submeter ao povo. Quem paga o salário dos governantes é o povo. O governante não pode por seus parentes pra mamar às nossas custas. E, tem muito idiota que pensa ao contrário por ter recebido esta cultura de idiotização.

As igrejas precisam sempre complementar suas pregações igual fazia o Pastor Martin Luther King. Isso não é incitar o Povo. É despertar o Povo. Porque de outra forma rasguemos a Constituição e  desistimos desta democracia.

A lei existe para não se formar o anti-conceito. O que é o anti-conceito? É exatamente  você aceitar o lixo da relação humana se tornando um lixo humano. É aceitar o pai ou marido violento por causa da igreja, é aceitar o político ladrão, é aceitar o nepotismo, é aceitar uma mãe bruta, insensível e taxativa, é aceitar uma esposa vadia e rabugenta. Tudo isso vai se criando lixos humanos, pessoas ridículas e debocheiras, covardes e egoístas, que pelos seus medos acham mais fácil irem pela maioria. São vermes frutos do diabo do anti-conceito formado pelas religiões que não tem responsabilidade social.

E, a própria Constituição também precisa sempre ser revisada se objetivamos justiça social. Como o próprio Platão disse: “Uma sociedade justa não é uma sociedade que adotou leis justas para sempre”. Porque isso? Muitas leis beneficiam uma categoria de trabalhadores ou empresários na sua aprovação, e de repente com o decorrer dos tempos, prejudicam outras categorias e uma boa parcela da população. Precisamos ter uma visão de Brasil. Deus acima de tudo e o Brasil para todos os brasileiros.

A questão de justiça deve sempre permanecer aberta. O Brasil foi dividido em dois tempos. O tempo antes da Constituição de 1988 e o após. Antes no Brasil, os governantes não se importavam com os cumprimentos das leis em sua totalidade, por ambição em esquemas e pelo analfabetismo político do povo. O Brasil após Lula, com Sérgio Moro, ressuscitou ou acordou um povo adormecido ou alienado religiosamente, onde as oligarquias seguindo o coronelismo e filosofias padrões, se enriquecem em detrimento da exploração dos trabalhadores contribuindo exacerbadamente com a miséria que assola o país. Nisso um monte de favelas em detrimentos a poucos condomínios de luxo e prédios de um morador só. Esse é o Brasil que eu não quero.

VEJAM

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

DESIGUALDADE – Amartya Sen

Em Desigualdade Reexaminada, Amartya Sen desenvolve uma abordagem metodológica para lidar com as questões mais pertinentes da desigualdade social e explora particularmente as formas de análise dos arranjos sociais, confrontando a ideia de igualdade com dois tipos distintos de diversidade: a heterogeneidade básica dos seres humanos e a multiplicidade de variáveis relativamente às quais a igualdade pode ser avaliada.
2Enfatizando a pergunta “Igualdade em relação a quê?” e relacionando-a com a diversidade humana, ele argumenta que as demandas por igualdade devem ser vistas no contexto de outras demandas, especialmente relacionadas com objectivos agregadores e eficiência geral, uma vez que quando a igualdade é analisada isoladamente de outras questões, a sua avaliação tende a ser distorcida ou sobrecarregada. A sua proposta consiste numa forma de responder à pergunta formulada no início do livro, relacionando-a com os diversos temas desenvolvidos em 9 capítulos e sugerindo as diversas implicações deste tipo de resposta, não apenas do ponto de vista teórico, mas da sua importância na formulação de políticas públicas nos domínios económico e social.
3No livro, o autor faz uma apresentação sistemática das dificuldades a serem enfrentadas por qualquer teoria que pretenda responder adequadamente a uma outra pergunta, relacionada com a anterior: “que aspecto da condição de uma pessoa deve contar como fundamental na avaliação da extensão da desigualdade?”, apresentando simultaneamente a defesa do seu ponto de vista segundo o qual as capacidades é que devem ser igualadas.
4O conceito de capacidade expressa uma ideia de igualdade de oportunidades, valorizando a liberdade substantiva das pessoas para levarem a vida do jeito que quiserem e de lutarem pelo alcance dos seus objectivos. Neste conceito, destaca-se a ideia de vida boa, que subentende escolhas genuínas, ou seja, não pressionadas – por outras palavras, liberdade de escolha. As oportunidades envolvem não apenas as disponibilidades em recursos, mas também o acesso das pessoas a esses recursos, o que depende das habilidades e talentos para os usar. A ausência de habilidades e talentos é limitante e limitativa da liberdade de ter e fazer escolhas, uma vez que a escolha genuína pressupõe capacidades para fazer ou para não fazer, para escolher e lutar pelos objectivos.
5Para este autor, a noção de ‘capacidades’ está intimamente relacionada com a noção de liberdade efectiva, que resulta dos funcionamentos, ou seja, os ‘teres’, ‘seres’ e ‘haveres’ das pessoas. As formas de destituição e de exclusão e as desigualdades sociais comprimem ou anulam as liberdades efectivas de milhões de pessoas, num mundo que atingiu progressos materiais extraordinários, colocando a questão da necessidade de buscar formas de distribuição da riqueza gerada que permitam ampliar as liberdades efectivas de um número cada vez maior de pessoas, o que pressupõe a avaliação constante dos processos de geração e distribuição da riqueza.
6Esta questão tem a ver com outra crítica que Sen endereça à noção de racionalidade seguida pela economia, a qual pressupõe a busca pela maximização do auto-interesse e as escolhas que tal busca implica, sem se preocupar com o conteúdo dessas escolhas; ou seja, para o autor, existe na economia uma simplificação das motivações das pessoas. Ele defende o reconhecimento de outras motivações e outras definições de racionalidade, permitindo incorporar na formulação das políticas públicas a pluralidade de valores presentes na sociedade, relacionando ética e racionalidade, e a incorporação de motivações morais na economia, por exemplo.
7As preferências das pessoas resultam do nível de informação e da condição de desenvolvimento de habilidades e talentos que elas tenham alcançado, conduzindo a extremos de ostentação de preferências caras das elites ou de resignação e conformismo de preferências baratas das camadas oprimidas e discriminadas socialmente. O défice de liberdade efectiva por parte dos desfavorecidos (os expostos à destituição continuada ou os portadores de incapacidades físicas ou mentais) revela-se nas taxas de conversão de bens primários em liberdades efectivas, desfavoráveis e diferenciadas destes grupos, traduzindo-se numa desigualdade de distribuição de bens primários, apesar da demanda por equidade.
8Segundo o autor, este círculo vicioso alimenta-se da incapacidade de muitas pessoas das camadas mais desfavorecidas da sociedade em identificarem os valores e os procedimentos que devem seguir. Por outro lado, a impossibilidade de produzir ordenações completas de valores e dos procedimentos correspondentes devido às dificuldades de escolha provocadas pelos dilemas morais ou conflitos de valor não implica a paralisação da acção, uma vez que sempre existe a possibilidade de escolha de outros arranjos que não sendo os ideais são, contudo, os que se apresentam possíveis de aplicação e capazes de funcionar pragmaticamente.
9A contribuição de Sen no domínio dos problemas da desigualdade e da pobreza situa-se nos âmbitos conceptual e de mensuração, e também na sugestão de políticas públicas. Na sua obra, os temas da pobreza e da desigualdade social aparecem frequentemente interligados, estando muitas vezes presentes na referência a situações de desigualdades, argumentos e evidências relativos à pobreza. Por outro lado, a insistência nos fenómenos de destituição e de incapacidades físicas ou mentais parece constituir um indicador da sua preferência relativamente ao problema da exclusão social, em detrimento do tema das disparidades entre pessoas e grupos sociais.
10Mas esse aspecto é contrabalançado pela sua contribuição para uma perspectiva de dimensão avaliatória dos estados sociais em termos dos ‘seres’ e ‘fazeres’ e das alternativas a que as pessoas têm acesso, ou seja, os funcionamentos e as capacidades das pessoas em levarem a vida do seu jeito, estabelecendo os objectivos que desejam alcançar e tendo condições para os alcançar. Por outro lado, Sen propõe um conceito de pobreza relativa, permeado pelo nível de desigualdade social e económica existente na sociedade, cujos indicadores são os funcionamentos e as capacidades. Já o seu conceito de pobreza absoluta corresponde a um nível de vida abaixo das potencialidades físicas das pessoas.
11Na sua perspectiva, padrão de vida é a expressão das condições de vida das pessoas, acrescentando: “Os fracassados e oprimidos acabam por perder a coragem de desejar coisas que outros, mais favoravelmente tratados pela sociedade, desejam confiantemente. A ausência de desejo por coisas além dos meios de que uma pessoa dispõe pode reflectir não uma valoração deficiente da parte dela, mas apenas uma ausência de esperança e o medo da inevitável frustração. O fracassado enfrenta as desigualdades sociais, ajustando os seus desejos às suas possibilidades.”
12Na sua abordagem de funcionamentos e capacidades, Sen defende a pluralidade de objectos de valor, para reflectir a pluralidade de ‘seres’ e ‘fazeres’ em consonância com a diversidade de carências das pessoas, os quais seriam medidos por ordenamentos parciais. A noção de funcionamentos como ‘objectos de valor’ parece localizar-se nas condições e tipos de vida proporcionados pelo acesso diferenciado a meios, não apenas económicos: esta ênfase em ‘qualidade de vida’ baseia-se no princípio de que o valor do padrão de vida repousa na vida em si e não na posse de mercadorias ou bens e deixa espaço para a contingência e variabilidade naturais e sociais que respondem pela diferenciação das carências entre as pessoas. Para além do foco nas necessidades básicas, como rendimento, saúde, educação e esperança de vida, o autor defende a criação de um conjunto de indicadores sociais e culturais que transcendem o indicador económico ‘rendimento’, deslocando o espaço do ‘ter’ para o espaço do ‘ser’ e do ‘fazer’.
13Para ele, os funcionamentos variam dos mais elementares (como estar bem alimentado ou ter uma esperança de vida longa) a outros mais sofisticados, relacionados com a auto-estima, o reconhecimento ou o sentimento de pertença a uma comunidade. As capacidades reflectem as oportunidades de escolha por arranjos alternativos de conjuntos de funcionamentos que as pessoas detêm e que representam a extensão da sua liberdade efectiva de escolha, referida não apenas aos bens sociais primários.
14Na opinião de Sen, esta avaliação em termos de funcionamentos e capacidades permitiria representar 3 níveis de objectivos das pessoas: o seu padrão de vida, o seu bem-estar e os seus objectivos enquanto agente, numa visão multidimensional do ser humano que possui ambições em relação à sua vida pessoal e das outras pessoas, e compromissos em relação à realização dos objectivos que deve perseguir.
15Quando relaciona pobreza e desigualdade, Sen distingue os funcionamentos e as capacidades biológica e universalmente determinados, daqueles que o são socialmente, ou seja, dependem de um padrão médio efectivamente alcançado por uma comunidade. Nesta abordagem, a noção de pobreza relativa ganha grande relevo na medida em que faz sobressair a relatividade social e cultural das necessidades, que parece relacionar as realizações de uns ao que os outros conseguem alcançar, dando lugar a comparações entre os mais bem situados e os menos bem situados na sociedade, com a eclosão dos sentimentos de vergonha e baixa estima por parte destes últimos.
16Na perspectiva de Amartya Sen, não é possível deixar de reconhecer as assimetrias do mundo social que levam à formação distorcida de expectativas. É também necessário ter em atenção a impossibilidade de responsabilizar as pessoas pelas suas escolhas individuais, especialmente aquelas que apresentam incapacidades físicas ou mentais, ou carências resultantes da destituição social – uma vez que tal responsabilização pressuporia a completa disponibilidade e acessibilidade universal de conhecimento e habilidade das pessoas em reconhecer e escolher alternativas, o que não acontece em nenhuma sociedade.

VEJAM:

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Keynes e a economia keynesiana

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1049

A essência da teoria de Keynes é mostrar que uma economia de mercado, quando deixada sozinha, funcionando por conta própria e sem um governo fazendo "ajustes finos" em suas variáveis, não possui um mecanismo de autocorreção que a faça voltar para o pleno emprego quando o sistema econômico caiu em uma depressão.  No âmago desta abordagem estava a crença de que ele havia demonstrado um erro na Lei de Say.
Assim rotulada em homenagem ao economista francês do século XIX Jean-Baptiste Say, a ideia fundamental da Lei de Say é a de que os indivíduos produzem para poder consumir.  O economista clássico David Ricardo expressou-a desta forma:
Ao produzir, portanto, ele necessariamente se torna ou o consumidor dos seus próprios bens ou o comprador e consumidor dos bens de alguma outra pessoa.... Bens produzidos sempre são comprados com outros bens produzidos, ou por serviços; o dinheiro é somente o meio de troca, o meio pelo qual a troca é efetuada.

Keynes argumenta que não há garantia nenhuma de que aqueles que venderam bens ou venderam sua mão-de-obra no mercado — e que, por isso, receberam uma renda — irão necessariamente utilizar a quantia total dessa renda recebida para comprar bens e serviços ofertados por outras pessoas.  Assim, os gastos totais em bens e serviços poderão ser menores do que a renda total.
Isso, por sua vez, significa que as receitas totais auferidas pelas empresas que vendem bens e serviços no mercado podem ser menores do que os gastos incorridos por elas ao trazerem tais bens e serviços ao mercado.  Com o total de receita de vendas sendo menor que os gastos, os empreendedores não terão outra opção senão cortar gastos, reduzir a produção e diminuir o número de empregados, de modo a minimizar suas perdas durante esse período de "problemas e negócios ruins".
Porém, argumenta Keynes, isso meramente intensifica o problema do desemprego e da queda da produção.  À medida que trabalhadores são demitidos, suas rendas necessariamente diminuem.  Com menos renda para gastar, os desempregados reduzem seus gastos com consumo.  Isso resulta em uma queda adicional da demanda por bens e serviços oferecidos no mercado, o que amplia o número de empresas que verão suas receitas de venda declinando em relação aos seus custos de produção.  E isso irá desencadear uma nova rodada de cortes na produção e no emprego, culminando em uma espiral contracionista na produção e no emprego.
Por que os trabalhadores não iriam aceitar salários menores — o que os tornariam novamente atraentes para serem recontratados por empregadores — em decorrência desta queda da demanda no mercado?  Porque, disse Keynes, os trabalhadores sofrem de "ilusão monetária".  Se os preços dos bens e serviços estão diminuindo por causa de uma queda da demanda dos consumidores, então os trabalhadores poderiam aceitar um salário mais baixo e ainda assim não ficarem em uma situação pior em termos de poder de compra real — caso o corte em seus salários nominais não seja, na média, maior do que a redução ocorrida no nível médio de preços.
Mas os trabalhadores, argumenta Keynes, geralmente pensam apenas em termos de seus salários nominais, e não em termos de seus salários reais, isto é, o que sua renda monetária representa em termos de poder de compra real no mercado.  Assim, os trabalhadores iriam preferir aceitar o desemprego a um corte em seus salários nominais.
Se os consumidores estão demandando menos bens e serviços no mercado, isso necessariamente significa que eles estão poupando mais.  Por que então essa renda não consumida não iria ser gasta contratando mão-de-obra e comprando recursos de maneira diferente, a saber, na forma de mais investimentos?  Afinal, os poupadores têm mais dinheiro para emprestar para potenciais tomadores de empréstimo.  E com mais poupança, os juros sobre os empréstimos seriam menores.  Por que isso não ocorreria?
A resposta de Keynes foi insistir na afirmação de que os interesses dos poupadores e dos investidores não são os mesmos.  As pessoas que possuem renda podem perfeitamente querer consumir uma menor fatia de sua renda, poupar mais e oferecer essa fatia poupada para tomadores de empréstimo, de quem cobrariam juros.  Mas não há certeza, insiste Keynes, de que os empreendedores estarão dispostos a pegar emprestado essa maior fatia da poupança e utilizá-la para contratar mão-de-obra para produzir bens que serão vendidos no futuro.
Dado que o futuro é incerto e o amanhã pode ser radicalmente diferente da realidade de hoje, declara Keynes, os empreendedores podem facilmente se deixar levar por imprevisíveis ondas de otimismo e pessimismo, as quais aumentam e diminuem seu interesse e disposição para pegar empréstimos e investir.  Uma redução hoje na demanda por consumo da parte das pessoas que possuem renda pode ser motivada por um desejo delas de aumentar seu consumo futuro, utilizando essa poupança.  Mas os empreendedores, segundo Keynes, não podem saber antecipadamente como essas pessoas irão querer aumentar seu consumo no futuro ou quais bens em específico estarão em maior demanda quando esse futuro chegar.  Como resultado dessa incerteza, a redução na atual demanda dos consumidores pelos bens atualmente produzidos irá meramente fazer com que os atuais incentivos dos empreendedores para fazer novos investimentos também sejam reduzidos.
Se, por algum motivo, houver uma onda de pessimismo no ambiente empreendedorial, o que resultaria em uma redução na demanda por empréstimos para investimento, isso faria com que houvesse uma redução na taxa de juros.  Tal redução na taxa de juros, por causa dessa queda na demanda por investimentos, faria com que poupar fosse algo menos atrativo, dado que agora os juros que remuneram essa poupança a ser emprestada são menores.  Como resultado, os gastos em consumo irão aumentar à medida que a poupança diminui.  Assim, ao passo que os gastos em investimento podem estar diminuindo, um maior volume de gastos em consumo compensaria essa diferença e garantiria uma demanda de "pleno emprego" para a mão-de-obra e os recursos da sociedade. 
Mas Keynes não quer permitir que isso aconteça, por causa daquilo que ele chama de "lei psicológica fundamental" da "propensão para consumir".  À medida que a renda aumenta, diz ele, os gastos em consumo também tendem a aumentar, mas menos do que o aumento da renda.  Ao longo do tempo, portanto, à medida que a renda da sociedade se eleva, uma porcentagem cada vez maior é poupada em vez de consumida.
Na Teoria Geral, Keynes lista uma variedade daquilo que ele chamou de fatores "objetivos" e "subjetivos" que ele considera influir sobre as decisões das pessoas de consumir parte de sua renda.  Do lado "objetivo": um lucro inesperado; uma mudança na taxa de juros; uma mudança nas expectativas sobre a renda futura.  Do lado "subjetivo": "Prazer, Imediatismo, Generosidade, Irreflexão, Ostentação e Extravagância".
Após essa lista, ele meramente declara que os fatores "objetivos" têm pouca influência sobre as decisões de quanto consumir de uma dada quantia de renda — inclusive uma mudança na taxa de juros.  E os fatores "subjetivos" são basicamente invariáveis, sendo "hábitos formados pela raça, educação, costumes, religião e moralidade atual ... e os já estabelecidos padrões de vida."
Com efeito, Keynes chega à peculiar conclusão de que, dado que os desejos do homem são determinados e fixados basicamente pelo seu ambiente social e cultural, e que eles mudam muito lentamente, "quanto maior ... o consumo que já nos fornecemos antecipadamente, mais difícil será encontrar algo a mais com o qual nos fornecermos".  Traduzindo: os homens esgotam os desejos e necessidades para os quais gostariam que fossem feitos mais investimentos; os recursos da sociedade — inclusive a mão-de-obra — ameaçam se tornar maiores do que a demanda para a utilização deles.
Keynes, em outras palavras, inverte o mais fundamental conceito da ciência econômica.  Em vez de nossos desejos e necessidades serem sempre maiores do que os recursos e meios disponíveis para satisfazê-los, a realidade, segundo Keynes, é que o homem está enfrentando um mundo "pós-escassez", no qual os meios à nossa disposição estão se tornando maiores do que os fins para os quais eles podem serem empregados.  A crise da sociedade é uma crise de abundância!  Quanto mais ricos nos tornamos, menos trabalho haverá para as pessoas, pois, na visão de Keynes, a capacidade e o desejo do homem de imaginar novas e diferentes maneiras para melhorar sua vida são finitos.  O problema econômico é que estamos excessivamente bem.
Como consequência, a parte da renda que não foi gasta poderá se acumular como poupança não utilizada e não investida (o temido "entesouramento"); e quaisquer que sejam os investimentos que venham a ser empreendidos, estes poderão flutuar erraticamente para cima ou para baixo por causa daquilo que Keynes chamou de "espírito animal" — a psicologia irracional dos empreendedores em relação a um futuro incerto. 
A economia de livre mercado, portanto, estará sempre atormentada pelo constante perigo das ondas de expansão e recessão econômica, com longos períodos de alto desemprego e indústrias ociosas — e tudo causado pelo comportamento errático e imprevisível dos empreendedores, bem como da propensão a poupar das pessoas.  O problema da sociedade advém do fato de que as pessoas consomem muito pouco e poupam em excesso, o que impede que haja empregos para todos aqueles que desejam trabalhar aos salários determinados pelo mercado.  E como os trabalhadores se recusam a aceitar que seus salários reajustados para baixo em decorrência de qualquer declínio na demanda por seus serviços, o desemprego só tende a aumentar.
Apenas uma instituição pode intervir e servir de mecanismo estabilizador para manter o pleno emprego e a produção em nível constante: o governo, por meio de várias e ativas políticas monetárias e fiscais.
Esta é a essência da economia keynesiana.

VEJAM

sábado, 5 de maio de 2018

IGREJA DO BEM ou DO MAL?

Qual é a função social da igreja?
Ed Alemão

O princípio da função de uma entidade está na sua atuação. Como a igreja católica esteve soberanamente como religião até 1.988, que com o advento da constituição federal tirou-lhe o monopólio, fica-se uma cruel dúvida: será que a igreja católica não tem culpa do país chegar a este ponto de corrupção e desmandos governamentais?
Digo isso, porque a ideologia, que é o conjunto de ideias e intenções, prevalece como elemento direcionador de comportamentos diante de uma sociedade. E, a igreja católica como qualquer igreja e religião se faz de uma ideologia. E, qual seria a função da igreja? Não é se preocupar com o bem estar coletivo? Ou formar um povo alienado e manso em detrimentos a tantas mazelas?
Em primeiro lugar, a igreja, tem que ser uma escola espiritual porque é trabalhando o espírito humano encima de valores que conseguimos construir uma sociedade harmoniosa e equilibrada economicamente. Não adianta só falar: não roube, não mate, não minta ou não se mate. A verdadeira espiritualidade está na ação e reação. De como você vai reagir de acordo com certas situações. Dizer que é preciso amar uns aos outros, simplesmente, acho muito vago. Como maquininhas controladas por controle remoto. Aí eu pergunto a vocês: como amar um ladrão? Como amar um assassino? Como amar um alcoólatra ou drogado? Como amar um estuprador? Como amar um político corrupto? Precisamos mudar estes conceitos e formas de ensinamentos que estas igrejas estão fazendo.
Eu acredito que o brasileiro ficou com a mente detonada com a igreja católica neste sentido. De não lutar pelos seus direitos, aceitar calado, e ser omisso. Porque na sua liturgia o redentor já se rendeu. Mas essa que é a charada. Quando foi inventada ou construída a igreja católica, ela foi feita no intuito de acalmar os ânimos dos escravos cristãos que se revoltavam cada vez mais pelo julgo do império romano que nada mais é que a própria igreja católica apostólica romana. O império se vestiu de igreja.
Ela, sempre se preocupou em fazer povos submissos e calminhos diante dos crimes sociais. Ela, não procurou ensinar a política social, ensinar cidadania para enxergar seus direitos, buscando construir uma sociedade guerreira e unida num ideal democrático e de progresso. Hoje estamos vulneráveis a criminalidade altíssima devido a esta crise econômica, política e de valores morais. Uma entidade que sempre ganhou muito dinheiro dos seus seguidores religiosos, mais bonificações e isenções do governo, deveria ter feito mais coisa pela sociedade. Já que a sua função é realmente de escola espiritual. E, espiritualidade não é você ser simplesmente manso. Como ser manso diante de tanta miséria e desemprego no país, causados por desgovernos corruptos? Eu digo não, precisamos ser conscientes e guerreiros. Precisamos fazer parte de movimentos sociais, se inteirar na política social e não partidária. Saber em quem votar.
O Papa João Paulo II pediu perdão pela igreja católica no caso do holocausto nazista. Bento XVI caiu devido à onda de casos de pedofilia de padres pelo mundo. Uma escola espiritual jamais vai passar por estes vexames e escândalos. Não sei hoje como está à igreja católica, talvez tenha se regenerado e mudado sua postura. Mas que ela foi criminosa isso não há duvidas. Só basta lembrar-se da sua inquisição na idade média, onde matou milhares por duvidarem da sua ideologia.

Vejam

Consciência

Fora corrupção.Vamos viver, pelo menos, com decência!!! A formação política dos chilenos, como de todos os hispano-americanos do começo do séc. XIX, era algo de uma ineficiência gritante. Quase que sem transição, viram-se esses povos donos de seus destinos, sem preparo para a difícil tarefa de governar. Surgiram à tona todas as AMBIÇÕES.