O GOLPE

Quando o povo se une faz o mundo mudar. Nos meus tempos de bancário, quando trabalhava no antigo banco Sul Brasileiro – agência Lapa em São Paulo, passamos por uma amostra disso, que é possível vencer se unindo.

Com a abertura democrática, os militares estavam perdendo o poder. Houve uma onda de falências em instituições dirigidas por eles. Meteram a mão na grana. E, uma das instituições era onde eu trabalhava - o banco Sul Brasileiro. Passamos o maior vexame quando foi decretada a sua falência. Os clientes ficaram todos revoltados querendo invadir a agência para sacarem. Foi preciso esticar a mangueira de incêndio por precaução. Dava até medo de sair na rua.

Fizemos passeatas na av. Paulista e fomos à Brasília para pressionar o governo. Existia muita tensão. Nossos empregos estavam em jogo. Com muita luta conseguimos fazer o governo estatizar o banco, no qual passou a ser chamado de Meridional. E, o prejuízo ficou por conta do Tesouro Nacional, dinheiro do contribuinte.

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A COLETIVIDADE

“A coletividade é o alicerce da cidadania” – SENSITIVISTA.

O homem se torna um ser razoável quando compreende o espírito coletivo. Mas, quando lhe cega esta compreensão se torna pervertido. Ele acaba atentando contra a sua própria concepção ideal de coletividade. Concepção esta que um governo deve ser idôneo e global, com políticas públicas eficazes para desenvolver a comunidade.

Um homem no poder, se não tiver sido corrompido, compreende o significado da dependência mútua. Busca, pelo menos, o desenvolvimento honesto do sistema que ajudou a criar. Principalmente na questão da rotatividade deste poder. E, o povo, precisa estar atento a estas cadeiras: tanto do poder público como em sindicatos e associações. Pois a mala do dinheiro corre solta.

A comunidade deve entender que existem paradoxos ou insinuações enganosas em vários discursos de autoridades públicas, que muitas vezes não correspondem com a verdade. O fato de se falar ou comentar algo sobre obras ou planos de governo, deve-se levar em consideração – preço, benefícios e qualidade. O preço, se realmente é o mais barato. Benefício, se realmente é o prioritário. Qualidade, se realmente vai ser construído com materiais de 1ª linha.

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BARRABÁS - A falta de politização

“Deixe que os mortos sepultem os seus mortos” - (Mateus, 8:22).

A pior morte é pela ignorância, pelo embrutecimento, no atraso, se tornando maquinóide. Só a politização reergue e salva desse atraso, desse perecimento moral. A politização é vital. É por ela que se chega a um clima capaz de nos proporcionar uma verdadeira democracia.

É possível meter na cabeça de um sujeito atrasado, imbecil ou feroz, cheio de maus instintos, enraizado no crime, insensível, dotado de completa anestesia moral, uma noção do bem através da politização. Mostrando-lhe seus direitos e suas obrigações para termos uma sociedade no mínimo aceitável.

“-Jesus ou Barrabás?
Sobre a fronte da turba há um sussurro abafado.
A multidão inteira, ansiosa, se congrega,
Surda à lição do amor, implacável e cega,
Para a consumação dos festins do pecado.
-“Crucificai-o!” – exclama. Um lamento lhe chega,
Da terra que soluça e do céu desprezado.
-“Jesus ou Barrabás?” – pergunta. Inquire o brado.”

Os dois produtos de uma sociedade brutal. Jesus querendo a sua revolução pelo espírito coletivo com suas idéias e, Barrabás através das armas.

-“Jesus!...Jesus!...Jesus!...” – e a resposta perpassa
Como um sopro cruel do Aquilão da desgraça,
Bem que o anjo da paz amaldiçoe ou gema.

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NEPOTISMO

Numa reunião na favela da Vila Natal em Cubatão, discutíamos sobre a questão dos políticos darem emprego para parentes.

- Não é correto! Nós votamos neles, e agora, só pensam nas suas famílias. O certo é abrir concurso público – disse Paulo.

- Concordo plenamente. Ainda bem que o meu político é contra o nepotismo. O Tiririca está até fazendo propaganda na televisão contra isso – disse Rosa.

- Deixa de ser idiota, Rosa! Você não está vendo que a intenção dele é outra – disse Adriano.

- Mas! Como assim?! – disse Rosa.

- Ele está usando a tática da apelação emocional para comover o povo. Quando ele fala para o pai continuar pegando latinha, ele fere o princípio moral da dignidade humana – disse Adriano.

- Meu! Se ele quer ajudar o pai, porque não monta um boteco pra ele vender pinga? – disse Pedro.

- Enquanto isso, fica um monte de gente com faculdade catando latinha. Esse é o Brasil! – disse Osmar.

- Você viu esta patifaria no Ministério dos Transportes? A esposa de um dos grandões conseguiu contratos que somam mais de 18 milhões de reais para sua construtora! É brincadeira né?! – disse Walter.

- Precisamos ficar de olho em Cubatão! Estão dizendo que vão gastar 38 milhões para fazer um campinho! – disse Paulão.

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A DECISÃO

“A decisão pode ser a chave do inferno ou a escada para o céu” – SENSITIVISTA.

O Barulho do gatilho na roleta russa era o presságio da morte.

- Ari! Deixa disso! Me dá este revólver! – gritei.

- Eu quero me matar! Não enche o saco!

O desespero é a agonia de uma alma perturbada e arrependida. O Ari foi um policial muito corrupto antes de se tornar político. Ele fez muitas falcatruas quando era vereador. Sua ambição não media esforços pra roubar.

Hoje, Ari se encontra numa cadeira de roda, desesperado para acabar com sua própria vida.

- Eu ajudei minha família. Dei emprego para eles. São semi-analfabetos e, mesmo assim, os coloquei no gabinete: meu pai e meu irmão.

- O nepotismo deixa muita gente que tem graduação desempregada, que poderia desenvolver um bom trabalho para a comunidade - comentei.

- É verdade! Mas sempre achamos que nossos parentes são nossos melhores amigos. Fui traído pelo meu próprio irmão e, o meu pai ainda o defende.

- Mas deixa disso! Entrega na mão de Deus!

- O desgraçado do meu irmão me roubou minha mulher e, a vagabunda quer tomar tudo que é meu. Ela está me chantageando pra não me entregar para os federais, de um dinheiro que desviei.

Não custa muito ser um homem completo para ter sabedoria e a coragem para pagar o preço... Para conseguir é preciso abandonar, completamente, a procura de segurança e arriscar-se à vida com ambos os braços. Para conseguir, é preciso abraçar o mundo como um amante e não esperar um regresso fácil da vida. Para conseguir é preciso aceitar a dor como condição da existência. Para conseguir temos que cortejar a dúvida e a escuridão, como preço da sabedoria. Para conseguir é preciso ter-se uma vontade férrea ante o conflito, mas sempre apta a aceitar totalmente quaisquer conseqüências da vida ou da morte.

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O PSICOLÓGICO

“A Mente é o Mundo. O Mundo é a Mente” – SENSITIVISTA.

A trágica atuação de Messi na seleção argentina, vem da pressão psicológica que precisa jogar bem, infalivelmente, por ser o melhor do Mundo.

O Messi é um gênio da bola, mas se perde na sua convicção por falta de confiança. Muitas vezes não somos convictos o suficiente para demonstrar determinação e, precisamos meditar muito, ou então, devemos passar por tratamentos de choque.

Este tratamento de choque consiste em focalizar a Mente no objetivo a ser alcançado. Pode ser através de vídeos auto-sugestivos que eleva o ânimo, dando a confiança necessária. A mudança de espírito que afetou a sua atuação ou performance, é alguma conseqüência da falta de afeto em sua infância no qual não está conseguindo se desligar.

Quando está em outro país, com outra gente, longe das suas raízes, ele consegue desviar o espírito. Messi vai precisar trabalhar este seu passado para poder se libertar, saindo desta hipotermia espiritual.

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CARÊNCIA AFETIVA

“A Alma busca, a Alma quer, o combustível necessário para sobreviver neste mundo de aventura” – SENSITIVISTA.

Um menino confessa para a tia a sua revolta em relação ao pai:

- Eu odeio este homem!

- Seu pai nunca me deixou estar junto de você. Ele era um homem muito formal, sem senso de humor. Devo dizer que nunca descobri o que sua mãe encontrara nele.

- A infelicidade... – disse o menino – a infelicidade e a solidão. Amor, nenhum. Eu sempre odiei esse homem, do fundo do meu coração.

- Mas agora já não precisa fugir dele. Está morto. Eu bem sei o que você busca: o amor que nunca encontrou nele. Sei também que o encontra, algumas vezes, mas nunca dura muito. Sei os perigos que corre quando vai, desesperadamente, em sua busca sem cautela.

- A vida é muito longa, tia, muito triste às vezes, e muito solitária...

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EXPURGAÇÃO

“O Pecado do Orgulho ferido é a condenação da Alma para toda vida” – SENSITIVISTA.

Um marido foi traído pela esposa que a expulsou de casa.

- Mas Carlos! Me perdoa! Eu gosto de você! – disse Esmeralda.

- Não tem perdão. Eu quero que você vá embora.

Era um casal infeliz que se suportavam devido à família. Eles tinham um menino que adorava a mãe.

Carlos não aceitou suas desculpas. Seu filho Matheus de 3 anos chorou muito, pois seu pai mentiu dizendo que a mãe o estava abandonando.

Carlos quase morreu de ódio com a fama de corno, no que estava prejudicando a formação de Matheus. Este ficou cheio de remorsos, sempre pondo a culpa na mãe.

Depois de 1 ano, Esmeralda foi procurar seus direitos. Requereu a guarda de Matheus e sua parte da casa. Carlos se sentiu mais revoltado e, começou a ameaçá-la de morte. Uma verdadeira guerra se instalou em suas vidas. Matheus foi morar com a mãe e com o padrasto. Ele se tornou um menino muito retraído.

Carlos foi se perdendo na vida, remoendo seu orgulho. Até que planejou a sua vingança maldita. Ele tentou contra a vida de Vinícius numa emboscada. Mas, Vinícius se defendeu e ficou sobre alerta. Ele era um homem bom para Esmeralda, mas a guerra só estava começando. Há homens que nunca deveriam se casar. Acham que suas mulheres são suas posses.

Existem homens que vestem o casamento como uma camisola felpuda e incomoda. Talvez amem até mais profundamente, mas sentem comichões, movem-se pouca à vontade. Para esses, o perdão é um sacrifício. E, é consumada a condenação de sua alma por não expurgar a própria vaidade deste orgulho ferido que as religiões enterram nas mentes mais vulneráveis.


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EXTRA-TERRESTRE

"Pode um desejo imenso

Arder no peito tanto,
Que à branda e à viva alma o fogo intenso
Lhe gaste as nódoas do terreno manto,
E purifique em tanta alteza o espírito
Com olhos imortais,
Que faz que leia mais do que vê escrito.

Que a flama que se acende
Alto tanta alumia
Que, se o nobre desejo ao bem se estende
Que nunca viu, a sente claro dia;
E lá vê do que busca o natural,
A graça, a viva cor,
Noutra espécie melhor que a corporal."

Ele recitou Camões

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A ESTRADA PARA A RESSURREIÇÃO

“Quando temos Deus no coração não precisamos ter fé. Para quê tentar acreditar em algo que já existe? Talvez para ser induzido a dar dinheiro” – SENSITIVISTA.

Todas as criaturas vão para Deus por caminhos inteiramente diferentes. A alma depara-se com barreiras que é forçada a atravessar, e, nem sempre se pode transpor com um só salto. Tudo o que nos impele para frente, caridade, amor, as mais simples bondades, tudo isso pode ser um passo em direção ao Criador.

Os angustiados e aflitos que vão à igreja, ficam sempre gratos por qualquer alívio, mesmo temporário, da sua miséria solitária. O convívio natural com o seu mundo, na serenidade da alma, desperta o espírito para a luz - desabrochando a harmonia, o encanto e a determinação.

A determinação é moeda mais valiosa do que a fé, pois enfoca um objetivo dentro de uma racionalidade. Esta é uma realidade que a religião esconde ou não quer trabalhar por acreditar no irracional, transformando homens em mutantes monitorados. Pregam em seus cultos “não roubareis”, e depois permanecem inativos diante da injustiça social e da corrupção.

Por quê as igrejas não pressionam o governo, ou não cedem uma parte de suas terras para distribuir ao povo? A religião se torna imoral quando os seus seguidores estão morando em favelas ou em condições sub-humanas na miséria. Temos um país tão rico e, aqui em Cubatão é mais escandaloso ainda esta imoralidade da religião. Pois é uma cidade com uma das maiores arrecadações do país onde deveríamos estar pisando em calçadas de ouro e, as igrejas daqui nada falam. Elas querem é cobrar o seu imposto para seus crentes acreditarem que poderão ir aos céus, mesmo que os coitados estejam entupidos de dívidas que pouco interessa a seus pastores.

Se um homem está sendo oprimido, temos que defendê-lo para que possa, pelo menos, ter um mínimo de liberdade para manter a sua alma em paz.
                
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