Irmão de Suzane
tem quarto só pra ele, evita pátio e ocupa ala trancada
MARIANA ZYLBERKAN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –
Na madrugada de quarta-feira (31), quando chegou para ser internado na
Casa de Saúde São João de Deus, em Pirituba, na zona norte de São Paulo,
Andreas von Richthofen, 29, teve que ser escoltado por seguranças do local,
dado o alvoroço causado com a sua presença entre os outros internos.
"Todos queriam vê-lo de perto", disse um deles, que não quis se
identificar.
Segundo relatos à reportagem, o irmão de Suzane von Richthofen, presa
por ter participado do assassinato dos pais em 2002, se revoltou contra a
internação e teria quebrado um dos vidros da portaria antes de ser contido por
funcionários da clínica.
Um dia antes, após ser pego tentando pular o muro de uma casa na região
do Campo Belo, na zona sul, Andreas Richthofen foi encaminhado por policiais à
ala psiquiátrica do Hospital Campo Limpo, também na zona sul.
De acordo com médicos que o atenderam no hospital, ele estava
desorientado, com as roupas rasgadas e ferimentos pelo corpo. Um deles disse
que seu quadro era de esquizofrenia. Horas depois, o irmão de Suzane foi
transferido para a clínica em Pirituba.
Desde que foi internado, ele saiu poucas vezes do quarto, apenas para
dar pequenas caminhadas pelo corredor da ala onde ficam outros cerca de 30
pacientes.
Os quartos ficam em um corredor com piso de lajotas e paredes verdes e
brancas, isolados por uma porta de ferro, mantida sempre trancada. Apenas
enfermeiros, médicos e alguns funcionários podem abri-la e acessar a ala.
Todos dividem o cômodo com ao menos mais um interno, e Richthofen é o
único que está sozinho no quarto.
As refeições são levadas por enfermeiros até ele, diferentemente dos
outros pacientes, que se alimentam todos juntos em um refeitório com mesas e
cadeiras de plástico. No primeiro dia, foi servido arroz, feijão, salada,
pedaços de frango empanados, gelatina de sobremesa e suco artificial de limão.
Ele ainda não apareceu no pátio onde os internos se reúnem para praticar
exercícios todos os dias entre 9h30 e 13h -horário no qual o almoço é servido
no refeitório.
Ninguém tinha ido visitá-lo até a tarde desta quinta-feira (1º). As
visitas são permitidas diariamente após as 15h.
Como chegou com as roupas rasgadas, ele agora usa roupas doadas. Em
alguns casos, a clínica evita visitas na primeira semana de internação, até o
paciente se adaptar ao ambiente da clínica e começar a ser acompanhado por um
grupo de psicólogos.
Richthofen está na parte menos populosa da clínica, ocupada por
dependentes de álcool e drogas, além de portadores de doenças mentais, que
fazem tratamento particular, apesar de ele ter entrado ali como paciente do
SUS.
CRACOLÂNDIA
Na ala dedicada a atender pacientes vindos da rede pública, há cerca de
200 pacientes. Alguns deles reclamam da superlotação da clínica nas duas
últimas semanas, após ação policial que, no dia 21, dispersou os usuários de
drogas na cracolândia.
Diariamente, chegam entre dez e doze novos internos na clínica, sempre
no período da madrugada.
Na manhã desta quarta-feira (31), por exemplo, uma briga por cigarro
entre os pacientes terminou com um deles com o nariz quebrado.
De acordo com os internos, situações como essa eram raras antes do
aumento da ocupação no local.
Há ainda por lá mais dois complexos. Um atende apenas mulheres, e outro
passa por reformas para ampliar o atendimento a internos vindos da rede
pública.
Todos os prédios são rodeados por uma área arborizada onde há bancos
para os pacientes receberem visitas. Eles também têm acesso a salas equipadas
com televisão ligada o dia inteiro.
A clínica São João de Deus tem convênio com a prefeitura desde 2012 para
ceder 30 leitos de internação para dependentes químicos à rede pública ao custo
mensal aproximado de R$ 158,1 mil.
A clínica recebe da administração R$ 170 por dia para cada paciente. No
último sábado (27), a prefeitura formalizou um aditamento ao contrato para
reservar mais 90 leitos até 20 de abril de 2018.
Éd Alemão
É desolador o
cenário destas vidas que foram destruídas por um golpe brutal. Será que apenas
o golpe de Suzane foi brutal? Será que seus pais foram tão inocentes? Tem mais
coisa nisso. Acredito que não foi uma simples atitude motivada pela recusa ou
repressão dos pais ao namoro de Suzane. Acredito que seus pais a abusavam
sexualmente. Tanto ela como o seu irmão. É minha hipótese devido aos fatos e
comportamentos dela com o seu irmão. Seus olhares mostram muito isso. São de
pessoas abusadas sadicamente com um sentimento de grande repulsa. Isso um dia
vai ser revelado. É difícil porque é algo nojento e reflete muito na vida
cotidiana futura com esse caráter repugnante.
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Será que é vergonha roubar mas não poder levar?
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