G1
Freira é acusada de conivência com abuso de crianças
surdas na Argentina
Religiosa é
acusada de omissão e de esconder abuso de crianças por padres de instituição.
A freira Kosaka Kumiko foi acusada pelo Ministério
Público por suposto envolvimento em um famoso caso de abusos sexuais de menores
de idade em um instituto para deficientes auditivos na província de Mendoza, no
oeste da Argentina, informaram à agência EFE fontes da Justiça nesta
sexta-feira (5). A religiosa, de origem japonesa, é acusada "por
omissão" do crime de abuso sexual com "acesso carnal severamente
agravado".
Depois de ficar
um mês foragida, a irmã se entregou há três dias em Buenos Aires e, já detida,
foi levada a Mendoza, onde ontem depôs ao promotor, que comunicou sua decisão. "Não houve
perguntas por parte de órgão nem da acusada. Ela deu sua versão. Negou os fatos
e disse que estava para servir, fazer o bem e cuidar dos meninos",
acrescentaram as fontes sobre o depoimento. A acusada foi encaminhada depois a
uma penitenciária feminina.
O caso
Outras cinco
pessoas já foram presas acusadas de diversos casos de abuso sexual contra
crianças com idades entre 10 e 12 anos no Instituto Antonio Próvolo, em Luján
de Cuyo. Os detidos são dois padres - Nicolás Corradi, de 80 anos, e Horacio
Corbacho, de 55 anos, - e três funcionários.
A história veio
à tona no final de 2016, quando uma adolescente disse, em linguagem de sinais
(LSA - Lengua de Senas Argentina), ter sido abusada por Corbacho quando tinha
cinco anos. Ela afirmou que uma freira com "traços orientais" foi
quem colocou a fralda nela depois da violação, escondendo e tendo conhecimento
de que tinha sido estuprada, o que a torna cúmplice primária do delito do
abuso.
Kosaka Kumiko
chegou a Próvolo em 2007 e ficou na região por muitos anos, até buscar outros
centros religiosos. Segundo o processo, a freira escolhia as crianças mais
vulneráveis para serem entregues aos estupradores. Ela as golpeava
sistematicamente e a mais submissas eram entregues aos violadores.
Em
investigações realizadas nesse instituto foram encontrados vídeos com imagens
pornográficas e 550 mil pesos (cerca de R$ 113 mil). Os casos comoveram o país
e fizeram às autoridades educacionais tomarem medidas no local.
Éd
Alemão
Em meio a tantos relatos
assombrosos, chama a atenção, mais uma vez, a omissão da igreja católica. Por
que a igreja deixou que criminosos agissem livremente? Por que a igreja enviou
o padre Corradi para a Argentina, se ele já acumulava dezenas de acusações de
estupro de crianças na Itália?
Em 2009, casos de abusos
vieram à público em Verona e o padre Corradi foi citado como um dos abusadores.
Até quando a instituição vai abafar crimes que ocorrem debaixo de seu nariz?
Padre Horacio Corbacho, 56 anos
Padre Nicola Corradi, 83 anos
Freira Kosaka Kumiko
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