Éd Alemão
Eu não sei quem xingar, se
os coronéis ou a igreja católica. Só sei que foi um crime despercebido por
muitos. Meu pobre tio, irmão de meu pai, descobriu que estava possuído pelo
demônio há alguns anos atrás. Foi nos crentes se libertar. Disseram a ele que
estava carregado. Parece que fizeram várias sessões e precisou de vários
pastores para lhe tirar o demônio.
Depois de uma fase
enterrado na cachaça com separação, desemprego e desilusões amorosas descobriu
que estava possuído. Possuído mesmo era pela herança maldita. Todo ignorante é
fácil fazer lavagem cerebral. Estas igrejas? Oh meu Deus! Perguntei-lhe como
foi sua criação e me disse que o pai era muito severo e autoritário. Trabalhava
desde novo na roça e qualquer descuido dele no tratamento com o pai era motivo
de uma surra forte, às vezes até com pedaço de pau. Então foi espancado?
Perguntei-lhe. Mas não admite. Sempre colocando o direito do pai em lhe bater.
Era a cultura imposta. Neste tempo se falava com os filhos através da porrada,
não tinha diálogo, quanto menos carinho ou consideração. Tinha-se bastante
filhos para não pagarem empregados no trato com a terra. E, nem se importavam
com os estudos dos mesmos. Foi uma geração criada como bichos para servirem a
uma família patriarcal escravista.
Como uma pessoa que nunca
teve amor pode dar amor se não o conhece. Nunca o teve. Nunca foi respeitado ou
considerado. Pelo contrário, foi humilhado e desprezado. É o verdadeiro estupro
psicológico, ainda mais com o consentimento e a aprovação da igreja católica
condenando a ir pro inferno filhos desobedientes, formando assim gerações de
demônios com muito ódio e rancor entalado no peito. Pobre tio hipócrita que
acredita em demônios. Precisa procurar um psicólogo. É o retrato fiel do finado
meu pai. Vítimas de uma geração herdeira da escória que veio de Portugal
(ladrões e assassinos). Por isso que o país está esta merda. Apoiamos o mal
achando que estava tudo certo no passado. Só que o passado nos condena por não
tê-lo enfrentado. É tio, você foi criado pra ser um bosta. Riem seus
desgraçados, mas o assunto é sério. É por causa disso que o tráfico aumenta, o
crime aumenta, temos mais guerra no trânsito e mais guerra na família.
Vejam
EDUCAÇÃO FAMILIAR POLITIZADA
Valmor Bolan
Nossos jovens
precisam resgatar a auto-estima, valorizando o dom da vida, com perspectivas de
quem pode muito oferecer à sociedade. Falta, a muitos, ânimo, vigor, vontade de
ser e de fazer, porque há uma crise de sentido da vida, inibindo talentos,
ceifando oportunidades, derrubando jovens cedo demais, ao vício, ao desencanto,
a desistir da vida muito antes de terem começado. Isso tem que mudar, porque
nunca uma geração teve tanto acesso à informação, a bens culturais, a
intercâmbios e a um alargamento de horizontes e potencialidades.
O que falta então?
Justamente um direcionamento que os faça acreditar que é possível vencer as
dificuldades, superar os desafios, construir possibilidades de vida. Nesse
sentido, desde cedo, os pais devem ser uma presença amorosa na vida dos filhos,
dar-lhes afeto, atenção, partilha de idéias e experiências, para que quando jovens,
se sintam motivados a viver a vida, com entusiasmo, esperança e gosto de viver.
A crise do sentido
da vida começa mesmo em casa, porque muitos dos pais têm sido indiferentes à
verdadeira formação dos filhos, não lhes dando o tempo e a atenção devida para
as suas necessidades afetivas e intelectuais.
Os filhos devem se
sentir amados pelos pais, saber que eles estão juntos, acompanhando o
desenvolvimento pessoal, vendo o que eles estão estudando, às vezes estudando
juntos, conversando com eles sobre os problemas cotidianos, fazendo-os se
sentir em família e não à parte dela.
Tem sido muito mais
fácil deixar os filhos largados numa internet, num jogo de vídeo-game, ou em
programas fúteis de televisão. Prevalece um certo indiferentismo sobre o que
eles fazem ou deixam de fazer, não há envolvimento. Por isso, muitos quando se
tornam adolescentes, já querem sair de casa, buscar lá fora o que não encontram
no ambiente doméstico. Dessa forma, vulneráveis e fragilizados, muitos jovens
se perdem no imediatismo, no escapismo ou no hedonismo, como expressões de
busca do sentido da vida, que lhes foi negado em casa.
Compete aos pais a
responsabilidade da primeira formação dos filhos, para que os jovens se sintam
impelidos a dar o melhor de si no que fazem, e contribuam assim para alcançarem
a felicidade, a partir daquilo que se sentem verdadeiramente vocacionados.
Nossos jovens
precisam reencontrar a força do afeto, em família, porque é assim que
conseguirão o suporte necessário para vencer os desafios da vida, e serem mais
apaixonados pela vida, com a disposição, a dedicação ao estudo e ao trabalho, a
partir de princípios de valores da responsabilidade, para fazerem de suas
vidas, experiências mais bem sucedidas não apenas do ponto de vista
profissional, mas principalmente, pessoal.
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