MESPR - Movimento de Evolução Social, Político e Religioso

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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Construindo Anjos

O segredo de uma boa relação entre crianças é saber dividir, seja com irmãos ou com colegas da escola. Para Solange Martins Ferreira, psicóloga clínica e supervisora do Hospital Santa Catarina, é papel dos pais ensinar a prática. “Os filhos acabam sendo um reflexo de sua vivência diária. As famílias já não encontram tempo para o lazer, e outros fatores fazem com que a correria do dia a dia seja refletida e absorvida pela criança. Os filhos aprenderão com os pais por meio de suas atitudes de generosidade e empatia com o próximo.”

Há 20 anos, a doméstica Odete Freitas, 60 anos, participa do grupo Anjos da Noite, que, aos sábados, leva comida a moradores de rua da região central de São Paulo. “Cozinhamos de manhã e, à noite, entregamos às pessoas. Tem gente que sabe até nosso nome”, conta.

Quando seu neto, Jorge Eduardo Freitas da Silva, 11 anos, tinha apenas quatro meses, começou a acompanhá-la na atividade. Desde então, não parou mais. “Antes, ele ia no colo ou ficava na cadeirinha dormindo. Agora, ele ajuda em tudo”, orgulha-se a avó.

Para Jorge, a atividade é uma de suas favoritas. “Eu gosto muito de ir lá, descascar batata, carregar as comidas, entregar para as pessoas. Fico feliz em ver os outros felizes”, afirma o menino.

Odete recorda que foi incentivada pelos pais a fazer trabalhos voluntários desde criança. “Meu pai me mandava ajudar famílias que precisavam de alguém para limpar a casa ou cozinhar. Eu era voluntária sem nem saber”, ri. Certa de que o trabalho faz bem à alma, ela conta que o garoto chora quando não pode ir. “Às vezes, ele apronta, e eu falo: Amanhã você não vai ao Anjos. Pronto. No dia seguinte, ele acorda com febre, chorando. Fica até doente se não for entregar comida”, diverte-se. “Essa atividade fez com que ele aprendesse a dar valor ao que tem. Ele vê os moradores de rua que não têm cama e agradece por ter a dele. A mesma coisa com a comida. É interessante ver que as pessoas respeitam muito o fato de ele ser uma criança, conversam. É uma atividade na rua, mas ninguém corre risco.”

Por um futuro melhor
Foi na alimentação que Gabriel Baum, 12 anos, encontrou sua missão de vida. O Chef mirim tem com projeto de vida salvar crianças dando a elas boa alimentação. Vegetariano, ele saiu da escola para estudar em casa e ajudou a fundar a Escola com Asas com sua mãe, a empreendedora Sabrina Campos, 33 anos. “O Biel sofreu bullying em vários colégios, não só vindo de alunos, mas de professores que não sabiam lidar com uma criança de altas habilidades, algo muito comum. Chegamos à conclusão de que não era um ambiente saudável para ele e que pouco estava contribuindo para sua formação humana. Ele saiu da escola aos oito anos, e criamos a rede de aprendizagem livre, onde todos podemos aprender e ensinar”, explica Sabrina.

Para ela, o que ajudou seu filho a desenvolver esse sonho foi uma vida toda cheia de exemplos. “O segredo é aprender na prática. Uma coisa é você pedir à criança que faça determinada ação ou que seja de tal jeito. Outra é dar o exemplo. Isso passa a ser natural para ela.”

Gabriel se envolveu na culinária com apenas oito anos. Fã do chef britânico Jamie Oliver, dedicou um ano de sua vida a escrever um diário para entregar ao seu ídolo. E conseguiu. Recentemente, ele lançou o relato em formato de livro, chamado “Meu Diário para Jamie Oliver”. A renda é toda revertida para a Escola com Asas. Nas redes sociais, Biel sempre relata como ajuda crianças carentes a se alimentar. “São tantos projetos sociais de que participo que já perdi a conta. Mas gosto do trabalho com crianças doentes crônicas, com jovens cegos de Camarões, na África. Foi marcante também quando apoiei uma campanha de prevenção do desaparecimento infantil, quando tinha quatro anos, para a ONG Mães da Sé.”

Para o garoto, mudar o mundo é algo que tem de acontecer desde cedo. “Fazer o bem é ser inteligente. A paz começa em cada um e no que fazemos para o outro. Semeando o bem não é possível colher o mal. Se cada um estender a mão um pouco, todos os dias, teremos um mundo pacífico”, prega o garoto.

Além da ajuda em projetos sociais, incentivar a doação de roupas e brinquedos é um primeiro passo para ensinar à criança que nem todo o mundo pode ter o que ela tem.

Anualmente, Kauane Mendes Losi, dez anos, recolhe roupas e brinquedos que não usa mais para poder doar a quem necessita. Assistente de sustentabilidade, Deise Mendes Aragão, 33 anos, mãe da menina, afirma que a encoraja a realizar essas doações para que ela entenda a importância de partilhar, especialmente por ser filha única. “Minha filha continua sendo criança, quer ter as coisas dela, mas sabe dividir. Quando você explica o valor da partilha, muda o caráter. Eu cresci com uma irmã, mas ela não tem isso ainda. Taí a importância de ela se envolver nesses projetos”, explica Deise.

Kauane conta que não se importa de se desfazer de roupas e de brinquedos. “Penso que estou fazendo outra pessoa feliz. Uma vez, doei uma boneca para uma menina. Passou um tempo, e eu a vi com a minha boneca e vi que estava tão alegre. Isso me fez bem também”, recorda. Pensando em tantas injustiças que vê, ela conta que sonha em ser advogada. “Tem tanta coisa ruim no mundo”, lamenta a pequena.

Deise afirma que os colegas de sala da filha não costumam receber esse incentivo. “Vivemos em uma sociedade do ‘meu’. Apesar de a Kauane ter o que gosta, ela é extremamente amável e tem iniciativa. Separa as coisas que quer doar e conserva para que outra pessoa possa usar. É muito bonito isso.”

O lado bom de fazer o bem 
Além das doações, especialistas explicam a importância de apresentar às crianças a realidade de quem precisa contar com a caridade. “Os pais devem incentivar e acompanhar os filhos em visitas a orfanatos, onde a criança pode brincar com outras de uma realidade diferente. Levar os pequenos a asilos ajuda a fortalecer o respeito com os idosos e a fazer com que eles aprendam com a experiência de vida daqueles que têm muito a ensinar”, indica Solange.

“Outra opção são as ONGs de proteção aos animais, que incentivam uma relação de respeito e cuidado com o animal. É importante fazer a criança querer se envolver nesses atos de solidariedade. Se ela for forçada, não vai ter efeitos positivos”, complementa Letícia Guedes, psicóloga comportamental da clínica Vivencialle.

Autor do livro best-seller “O Poder da Atitude”, Alexandre Slivinik conta que as crianças e a família têm muito a ganhar com a prática de qualquer atitude voltada a beneficiar o próximo. “Muitas vezes, as crianças com mais condições têm as coisas mais fáceis. Quando elas percebem que existem outras pessoas que não têm esse mesmo acesso a uma vida de regalias, elas dão mais valor ao que têm. E, quando podem oferecer ao próximo essas oportunidades, valorizam ainda mais o que estão vivendo. É um bem espiritual”, analisa.

Se essa questão de solidariedade não for praticada na infância, com o passar dos anos, quando chegar à idade adulta, aquele ser humano terá a tendência a se fechar no seu mundo, podendo causar um dos principais males da atualidade: a depressão. Quanto mais a criança compartilhar e tiver contato com outras pessoas, principalmente de realidades diferentes, melhor será  para ela no futuro, já que precisará lidar com isso freqüentemente ao longo da vida.

Autoconfiança, autoestima, empatia e desenvolvimento social são outras características que só a generosidade promove dentro da criança. “Ela vive novas experiências, conhece novas realidades, amplia e diversifica o círculo de amizades, além de sentir satisfação ao se fazer útil ao outro, participando da construção de uma sociedade mais justa”, encerra Ana Paula Magosso.

Matéria elaborada por Gabriela Simionato


Reflexão
Criar filhos não é só dar casa e comida, mas principalmente dar a motivação para uma vida feliz. A criação do cão, que é aquela da austeridade e da surra, só traz rebeldia. Quando se tem afeição automaticamente se tem cumplicidade e respeito. As obrigações ou tarefas que precisam ser desempenhadas pelos filhos são feitas de forma mais amistosa e prazerosa, porque eles sabem que estão agradando pessoas queridas. Até nas empresas mudou-se o modo de relacionamento de quem manda. Antes aonde era chamado de empregado, hoje é colaborador. O líder de verdade é aquele que sabe conquistar a simpatia dos seus seguidores.

A verdadeira condenação não está na pobreza material, mas sim num estado de espírito sombrio formado por criações erradas. Modificando ligeiramente a famosa alegoria de Platão, pode-se facilmente compreender o que é a Humanidade. Imaginai seres imperfeitos, pouco evoluídos, mas com uma infinidade de poderes latentes; imaginai que, nascendo em sombria caverna, passem o melhor do tempo a se entredevorarem. A todo instante retiram dali certo número e os transportam à luz do dia para que eles gozem das belezas da Natureza. Os que ficam na caverna choram os parentes que se foram, e os consideram desaparecidos para sempre. Entretanto, na abóbada da furna, há umas fendas por onde se filtram os raios do dia. Certo número de estudiosos mais adiantados chegam até essas aberturas; crêem ter visto que, de fora, lhes fazem sinais. Aqueles – dizem eles – são os nossos, que daqui levam todos os dias e a todo o instante.

Esta caverna é a nossa mágoa que carregamos como uma cruz pesada. Os sinais são as tristezas, a depressão, o choro e a solidão. É preciso deixar a luz atravessar as nossas trevas.

Os filhos da África foram humilhados e abatidos. Sobre os seus ombros flagelados carrearam-se quase todos os elementos materiais para a organização física do Brasil e, do manancial de humildade de seus corações resignados e tristes, nasceram lições comovedoras, imunizando todos os espíritos contra os excessos do imperialismo e do orgulho injustificáveis das outras nações do Planeta, dotando-se a alma brasileira dos mais belos sentimentos de fraternidade, de ternura e de perdão.


AVISO
Saúde e bem estar – Medicina e Espiritualidade

O Grupo de Estudos de Medicina e Espiritismo (GEME), vinculado à Associação Médico-Espírita de Santos (AME Santos) promove, às 18 horas do dia 23, a XV Jornada de Medicina e Espiritualidade. Entre os temas, a importância da preservação da saúde mental e suas relações com a espiritualidade para reforçar o psiquismo. Participam das discussões o psiquiatra Flávio Braun Fiorda e a psicóloga Maria Heloisa Bernardo. Inscrições: R$ 8,00 (estudantes e idosos) e R$ 10,00 (não estudantes). Endereço: anfiteatro do Bloco E da Unisanta (Rua Cesário Mota, 8).


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Será que é vergonha roubar mas não poder levar?
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Consciência

Fora corrupção.Vamos viver, pelo menos, com decência!!! A formação política dos chilenos, como de todos os hispano-americanos do começo do séc. XIX, era algo de uma ineficiência gritante. Quase que sem transição, viram-se esses povos donos de seus destinos, sem preparo para a difícil tarefa de governar. Surgiram à tona todas as AMBIÇÕES.