Família
Éd Alemão
D. Marlene, senhora de 60
anos, fiel devota da igreja católica de Roma, viveu a ditadura e, agora, esta merda
de plutocracia disfarçada de democracia.
Os filhos casaram e
separaram. É uma entre tantas avós que cuidam de netos. Reclama de cuidar do
netinho. Guarda fielmente na sua cabeça o dia que falou com os filhos para
prestarem bem atenção nas mães que escolherem para seus filhos. Só que a vida
não é tão simples assim. Adotar uma política e cumprir a ferro e fogo é
nazismo.
Vai saber, se ela fosse
mais amiga das noras será que não teria salvado o casamento dos seus filhos? E,
mesmo assim, não adianta chorar o leite derramado. Se ela pode ajudar, porque
não ajudar. Ainda mais que é neto.
Fazer algo com má vontade,
forçada, é transformar a vida em martírio. Dª Marlene só atrai coisa ruim.
Vinte anos separada arrumou um amor que iria se casar de novo, mas encima da
hora descobriu que ele já tinha matado duas ex-esposas. Conseguiu sair fora a
tempo. E, têm acontecido mais outras coisas. Uma delas foi a batida do carro
que deu perda total e felizmente não se machucou gravemente. Vai direto a
igreja, mas não muda o pensamento. É como se estivesse pedindo a Deus que os
filhos obedeçam a ela. Sendo que a questão hoje em dia é ter a consideração e o
amor.
No seu pensamento radical-nazista
que acha que fez a sua parte de mãe criando e que deu o aviso final para o
filho escolher direito a esposa, e condenando o filho numa cobrança impiedosa
pela pessoa que escolheu, o colocando num campo de concentração, lhe dando
total desprezo ou indiferença, cuja fúria nazista é alimentada pela igreja em
lhe dar total aprovação por esta punição, pensando que está na sua total razão.
Mas a solidão e a tristeza a consome. Jesus ensinou diferente, ele é piedoso.
Dª Glória, outra senhora
com seus 55 anos, não é religiosa mas tem o coração grande. Seu filho saiu de
casa por causa da cachaça do pai. Montou barraco no mangue e arrumou uma
neguinha. Tiveram filhos e separaram. O seu filho está desempregado e ela ajuda
pagar a pensão. Trabalha de faxineira em dois empregos, mas seu coração é
feliz. Tem um grande amor pelo filho e pelo neto. Se pudesse morrer por eles
morreria. E, o filho tem um grande amor por ela. As dificuldades financeiras
passam, mas o amor não. Ele sempre estará presente.
A guerra de Hitler foi a 2º
inquisição da igreja católica. A primeira foi quando mataram enforcado ou
queimado em estacas milhares de pessoas por acharem que eram contra Cristo nos
anos de 640 a 1800 DC. Foram 1200 anos de torturas. Padres abusavam de mulheres
com o pretexto de suspeitas de bruxaria. Arrancavam os olhos das pessoas
simplesmente puxando pelas córneas para verem seus gritos e gemidos de dor como
castigo por ser cientista ou estudioso.
Na época de Hitler, 1948, a
intenção era exterminar os judeus envenenando-os nas câmaras de gás. Foram as
maiores desgraças que aconteceram na história da humanidade. E, nas duas
inquisições foram queimados todos os livros de ciências, literatura e pesquisas
para não questionarem a igreja. Estamos atrasados tecnologicamente por mais de
500 anos por causa da religião, e sem contar o prejuízo moral e ético causado
nas pessoas por serem obrigadas a acreditar em tantas besteiras.
Encarcerado no ponto
convencional de sua existência, o homem é aquela coruja incapaz de enfrentar a
luz da montanha, em pleno dia, suportando apenas a sombra espessa e triste de
sua noite.
O curioso que na Ditadura
não se tinha muita fila de espera de órgãos e tantos mendigos vivendo nas ruas.
As igrejas do centro de São Paulo são verdadeiros castelos medievais com porões
extensos que guardam segredos desta época. O meu próprio pai quando era moço
trabalhou para os padres nestas igrejas. Eu me lembro que uma vez ele comentou
de ter ouvido passos à noite e barulho de correntes com gemidos tenebrosos. Eu,
curioso, lhe perguntava detalhes destas coisas macabras. Ele só sabia falar
“não sei de nada” e fazendo bico como um retardado. Quando eu insistia, dizia
que era assombração de almas penadas, desculpa desfarrapada, quando iria
acontecer isso num lugar que deveria ser santo? Eu acho que para o meu pai
esquecer estas coisas que viu, enchia a cara de cachaça. Como é triste ser
fraco sem poder ajudar alguém em apuros ou pelo menos denunciar.
Ele obrigava a gente ir à
igreja mais por medo do que pela fé, pois assim que chegava em casa parecia
mais perturbado, e começava de novo as brigas intermináveis. O que realmente
existia nestes porões acima de qualquer suspeita? Afinal, ser contra a igreja
era ser contra Deus.
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Será que é vergonha roubar mas não poder levar?
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