Conforme a reportagem da Folha e
do Intercept, os procuradores voltaram a conversar com Leo Pinheiro sobre sua
delação premiada semanas depois do depoimento a Moro. No mês seguinte, o
Ministério Público pediu ao então juiz que reduzisse pela metade a pena do
empreiteiro no caso do triplex, como prêmio pela colaboração no processo. Em
julho, o juiz o condenou a dez anos e oito meses de prisão, mas o autorizou a
sair quando completasse dois anos e seis meses atrás das grades.
Ainda
assim, ele despertava desconfiança nos procuradores que negociavam sua delação.
“Leo parece que está escondendo fatos também”, escreveu a procuradora Jerusa
Viecili aos colegas em agosto. Ela achava estranho o fato de que ninguém nunca
falara em destruição de provas antes do empreiteiro.
Deltan
Dallagnol admitiu que havia o risco de um acordo com Léo Pinheiro, com redução
de pena e outros benefícios em troca de sua cooperação, ser interpretado como
concessão indevida. “Não pode parecer um prêmio pela condenação do Lula”, disse
o chefe da força-tarefa aos colegas em julho. Léo Pinheiro continua preso em
Curitiba. Os procuradores e o delator fecharam um acordo em dezembro passado,
mas a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ainda não encaminhou para
homologação no Supremo.
Vejam: www.ed10alemao.wordpress.com