Transplante de órgãos -
Nathália de Alcantara
Conscientizar as pessoas
sobre a importância da doação ainda é um desafio. A sorte que Maria Aparecida
Bernardo, de 64 anos, teve ao conseguir um doador de rim foi quase a mesma de
ganhar na loteria. O órgão foi o mais doado do Estado em 2015 (com 1.313
transplantes), mas também foi o mais esperado, com 11.131 na fila.
Ela ficou mais de cinco
anos na angústia de uma ligação que poderia receber a qualquer hora do dia ou
da noite. A mesma sentida por 60 mil pessoas que estão na fila, no País, por um
órgão que pode salvar ou melhorar a vida delas. Isso porque, no Brasil, a média
de doadores é de 14 pra um milhão de pessoas. Isso é menos da metade do número
na Europa, que tem 30 doadores pra um milhão de habitantes.
O anjo de Maria, no caso,
foi quem dividia o mesmo teto que ela há 25 anos, o marido Roberto Bento de
Oliveira, de 58 anos. “Eu vi anos de hemodiálise e sofrimento. Ela não comia,
ficou muito magra. Estava com medo de perdê-la e até casamos no papel para eu
doar meu rim Sázon, que é feito de amor”, brinca ele.
Os dois rins de Maria
pararam de funcionar por excesso de remédios pra coluna. “Eu sofri muito. Hoje,
sinto que estamos mais conectados”.
Para o diretor-técnico da
Beneficência Portuguesa. Mário Filho, ter mais casos como o de Maria dependem
de incentivo. “É vida e qualidade de vida para outras pessoas. Precisa ser mais
divulgado”.
Na Baixada Santista, o
único transplante feito é o de córnea. E, segundo o diretor do Banco de Olhos
da Santa Casa, João Carlos Grottone, o número de doadores poderia ser maior. “A
espera chegou a ser quase zerada, mas agora é de um ano. Isso não é falta de
equipe, mas de doadores. É preciso que as pessoas estejam informadas sobre o
assunto”.
O que posso doar?
Em Vida
-Rim
-Pâncreas
-Fígado (apenas parte dele, em torno de 70%)
-Pulmão (apenas parte dele, em situações
excepcionais)
-Medula óssea (se compatível,feita por meio
de aspiração óssea ou coleta de sangue)
Após a Morte
-Córneas (são retiradas do doador até 6hs
depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias)
-Pulmão (retirados do doador antes da parada
cardíaca e mantidos fora do corpo por até 6hs)
-Rins (retirados do doador até 30 minutos
depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até 48hs)
-Pâncreas (retirado do doador antes da
parada cardíaca e mantido fora do corpo por até 24hs)
-Pele (pode ser armazenada por até dois
anos)
-Válvulas cardíacas (podem ser mantidas fora
do corpo por até 6hs)
-Coração (retirado do doador antes da parada
cardíaca e mantido fora do corpo por até 6hs)
-Fígado (retirado do doador antes da parada
cardíaca e mantido fora do corpo por até 24hs)
-Medula óssea (se compatível, feito por meio
de aspiração óssea ou coleta de sangue)
-Ossos (retirados do doador até 6hs depois
da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Será que é vergonha roubar mas não poder levar?
www.lucaslepalemao.spaces.live.com