MESPR - Movimento de Evolução Social, Político e Religioso

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

PARA FALAR COM DEUS

"Apesar do mal maior, precisamos sempre alegrar nossos corações" – SENSITIVISTA.

Só aqueles que sofrem ou sofreram de verdade conseguem ter um contato mais intenso com Deus. Os afortunados podem até acreditarem na sua existência ou nos seus mandamentos, mas só sentirão sua verdadeira força quando se depararem com grandes conflitos. Isso porque o lamento da dor pedindo justiça é muito forte. Está no âmago de nossas almas o senso de dignidade e de reprovação.
Existia um cara chamado D. Quixote que se deparou com um mal maior (egoísmo e ambição). Ele era casado com uma desequilibrada – Joana D’arc. Muito lutou sozinho para conseguir as coisas necessárias para ter uma vida um pouco melhor. A sua mulher sofria de esquizofrenia aguda depressiva. Tinha várias crises de epilepsia. Era totalmente perturbada. Falava que ouvia vozes, risadas e vultos. Muitas vezes se transformava em outra pessoa. Dizia que era a pomba gíria. Sua voz mudava, seu olhar faiscava um brilho diabólico e falava num tom ameaçador que lhe derrubaria – o cavalo não iria ficar com um nordestino. Aquela outra pessoa calma, integra, sensata e razoável desaparecia. Se constatava dupla personalidade.

D. Quixote não tinha a quem recorrer. Seus pais eram pessoas sem formação nenhuma. E, para complicar existiam muitas desavenças em sua família. Já pelo lado de Joana era pior ainda. Seus únicos parentes em São Paulo onde moravam, seu pai e irmãos de menores, não queriam aproximação. O seu pai era separado da mãe que morava em Santa Catarina. E, ele a culpava de abandono quando fugiu com o namorado Edú pra perto da mãe quando ainda fazia faculdade. O Imperador, seu pai, era uma pessoa rancorosa; guardava ódio mesmo.
D. Quixote curtiu o diabo com Joana D’arc. Só que nunca aceitou a existência de espíritos ou possessões. Sempre achou que era coisa da cabeça dela e que deveria ter uma cura.

Ela não tinha amigos porque em sua criação seu pai a isolou do mundo, e também, nem parentes em São Paulo que poderiam estar lhe visitando e aplacando a sua dor. D. Quixote precisava deixá-la sozinha para trabalhar. Ela tinha sérias dificuldades de se relacionar com as pessoas. Sem dúvidas que era conseqüência de uma criação presa, confinada numa casa como prisioneira que nem podia ficar no portão onde morava.
D. Quixote era um jovem com 23 anos que via o seu sentimento por ela se definhar e se transformar em pena. Ainda tinha a responsabilidade e o amor pelas duas filhas. Ele não podia desistir em achar uma cura, mas muitas vezes dava vontade de fugir; sumir no mundo. Ainda mais que teve uma infância muito complicada, onde ficava perplexo com seu pai bêbado violento espancando sua mãe e seus irmãos, quebrando as coisas em casa; e agora tinha que vivenciar a sua mulher substituindo o crápula de seu pai.

Foram em vários médicos, onde o remédio que se passava era o tal do tegretol. Diziam que ia melhorar, mas não melhorava. Remédio caro e sem muitos resultados. Ele desconfiava que de certa forma este remédio andava afetando uma parte do seu cérebro.
Eles tinham duas maravilhosas filhas. Eram como anjos para apaziguar aquela dor perturbadora. As crises ou ataques epilépticos eram constantes. Ela tinha ataque até dormindo. Houve várias ocasiões que acordava e não conseguia reconhecer as próprias filhas. Teve um momento trágico e que esgotou toda a paciência de D. Quixote, foi quando Joana numa crise de ausência colocou a mão dentro da frigideira quente para virar o bife e ali deixou. Ficou com a mão mutilada. Só não perdeu definitivamente os seus movimentos porque a empregada que estava do lado se ligou na sua estupidez e lhe tirou a mão logo em seguida. Mas mesmo assim foi um ano todo de tratamento intensivo com especialistas. Teve até que fazer enxerto.

Eles procuraram ajuda em várias igrejas, psicólogos e até na macumba. D. Quixote estava desesperado. Quando já não tinha mais opções e a exaustão tomou de conta, decidiu sair do emprego e se mudar para Santa Catarina. Talvez perto da mãe, das tias, primas e avós ajudasse Joana. E, a própria característica do lugar com mais contato com a natureza, um ar melhor, um ambiente mais tranqüilo do que a parafernália de São Paulo poderia favorecer.
Mas Joana era um poço de mistério e dúvidas. Não se esforçava para soltar pra fora o que tanto lhe incomodava. Era como uma pedra colossal impedindo a correnteza. A mudança não foi suficiente para ajudá-la. Surtiu um efeito contrário. Foi como ao invés de fugir da bomba, acabaram indo em direção a ela. Joana teve que reviver momentos ruins do seu passado devido a esta reaproximação com sua família. Reviver a fuga com o Edú, seu ex-namorado, os negócios mau feitos das roupas que vendiam e não recebiam, ou o seu tio dava um balão, escondendo o dinheiro que recebia. Reviver a gravidez do filho do Edú e automaticamente a decepção amorosa da traição, a volta angustiada para São Paulo, a recusa de seu pai em aceitá-la de volta, e o mais grave: o aborto comprado. Numa dessas discussões Joana se transformou e ficou violenta. Dava socos e pontapés. Primeiro acertou Dom Quixote na barriga com um soco certeiro quando este tentou segurá-la para impedir que se machucasse onde batia com violência o seu próprio braço contra a parede. Depois acertou seu avô e sua tia. Só foi parar quando sua avó começou a chorar e clamar o nome de Deus. Ela estava tão demente que falava: é ele, é ele. E, seu avô perguntava: é ele quem? Ela respondeu: o diabo.

E, para piorar isso tudo a grana acabou. Dom Quixote que antes ganhava dez salários em São Paulo trabalhando bonitinho com seu carrão na Swift/Bordon como representante, teve que se amargar como peão numa metalúrgica em Brusque na Siemsen (fábrica de equipamentos para lanchonete) ganhando um salário e meio. Só que esta metalúrgica foi reveladora.
Havia um psicólogo na Siemsen onde Dom Quixote foi buscar ajuda. Ele pediu pra trazer Joana e conversou várias vezes com ela. Uma noite, sem o Dom Quixote nem esperar, ele sentiu Joana muito diferente. Sentou na cama e ficou a olhar. Ela começou a chorar. E, debaixo de muitas lágrimas revelou que o seu próprio pai lhe abusava sexualmente quando era criança. Dom Quixote ficou paralisado como se um raio tivesse atravessado a sua cabeça.

Foi a noite mais longa da vida de Dom Quixote. Ele nem foi trabalhar neste dia. Aquilo pesava na sua cabeça como uma paulada que sofrera do seu pai no tempo de moleque. Não conseguiu se conter. Precisou falar com a tia de Joana. Ela não acreditou. Achou um absurdo. Ás vezes, hoje em dia, mesmo com tanta notícia de incesto e pedofilia ficamos relutantes em acreditar, imaginem há 20 anos atrás que era assunto de tabu e que não existiam notícias nesta dimensão, ainda mais numa cidade pequena.
A tia de Joana foi saber desta história com ela, e para a decepção de D. Quixote ela desmentiu tudo. Ele foi humilhado, pisoteado e banido como mentiroso. Foi procurar o psicólogo da empresa que afirmou tudo, mas falou que não podia se envolver. Dom Quixote tentou se matar, depois queria explodir a cidade, achou melhor sumir daquele mundo.

Agora restam as perguntas: Será que Joana foi egoísta ou covarde de não enfrentar esta situação? Covarde por medo do pai rico e vingativo? Mas será que não é melhor morrer em pé do que viver ajoelhado carregando esta cruz incestuosa? Ou sentia pelo pai um amor proibido mais o desejo da fortuna que lhe preocupava em estar deserdada? Será que alguma vez ela pensou em D. Quixote? Pensou na estupidez que causara sem ao menos se importar dele pedir as contas do emprego para tentar buscar sua cura em Santa Catarina. Não, pois se até as próprias filhas quis matar quando estava se sentindo acuada e perdendo para sempre o Dom Quixote. E o aborto que fizera não é um indício de uma alma assassina? Ela alguma vez pensou no prejuízo que causou para D. Quixote? Do dinheiro que ele perdeu nesta busca desesperadora da cura de sua doença, e, sem falar das perspectivas dum futuro muito promissor que tinha pela frente? E do grande prejuízo psicológico e espiritual que lhe causou muita revolta – sem dinheiro, sem filhos e sem alma?

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Será que é vergonha roubar mas não poder levar?
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Consciência

Fora corrupção.Vamos viver, pelo menos, com decência!!! A formação política dos chilenos, como de todos os hispano-americanos do começo do séc. XIX, era algo de uma ineficiência gritante. Quase que sem transição, viram-se esses povos donos de seus destinos, sem preparo para a difícil tarefa de governar. Surgiram à tona todas as AMBIÇÕES.