Edivaldo Nascimento – Éd Alemão
Quando arrancaram o coração
do padre pelas costas com o machado formaram muitos fantasmas famintos por
dignidade.
As guerras religiosas no
nordeste do Brasil na época da colonização foram de tal forma tão desgraçadas
que resultou numa criação de povos fanáticos e temerosos como na própria
inquisição na Europa.
Primeiro tramaram contra os
índios cariris, espalhando intriga e cobiça entre as aldeias. Como os portugueses
estavam em menor número e a quantidade de índios era enorme, então promoveram
batalhas entre as tribos para se matarem como fizeram e ainda fazem, até hoje,
na África.
Quando já tinha reduzido
bastante a quantidade de índios, veio a ordem do rei de Portugal: “deixem só as
mulheres e as crianças vivas”. Agora, imaginem vocês, quantas mulheres tinham
para cada português? Quantos irmãos casaram com irmãos sem saber? A ciência já
comprovou várias doenças causadas por casamentos com primos, quanto mais com
irmãos. Talvez seja esta a resposta de tantos adultos que não conseguem passar
do ensino fundamental, e muitos com retardamento mental em vários níveis. Passando
desta etapa veio à catequização da igreja católica para destruir
definitivamente a cultura indígena impondo a cultura do dominador. Algo que
deve se repetir da mesma forma quando os alienígenas chegarem aqui, escravidão
e morte com a destruição de nossa cultura. Vale lembrar que temos em nossa
atualidade na África e Ásia, povos religiosos destruindo monumentos da
humanidade como templos, esfinges e pirâmides. Um grande absurdo.
Depois vieram os holandeses
calvinistas e conquistaram o Nordeste dominando os portugueses. Eles eram os
financiadores dos engenhos de açúcar, e Portugal quis dar um golpe de não pagar
a dívida contraída com eles depois que a Espanha assumiu seu governo. Chegaram
os holandeses com fúria. Nos vilarejos, juntavam as pessoas dentro da igreja,
trancava a porta e ateava fogo. Quando não as decepava antes. Como foi o caso
do padre que teve o coração arrancado pelas costas com o machado. Eles nomeiam-se
como evangélicos, porque traduziram a Bíblia, mas a católica os denominam
protestantes.
O ódio que se tinha pela
católica era o ódio da vingança dos seus entes queridos queimados pela
inquisição. O próprio padre Lutero escapou da morte quando se revoltou contra o
Vaticano, porque os príncipes alemães o salvaram. A ordem do Papa foi para matar.
Nisso vai se repetindo a história de Jesus. Quando o sumo sacerdote judeu pediu
para os romanos o condenarem por blasfêmia e tumulto da ordem, bagunçando a fé
judaica, querendo até mudar a Bíblia.
Jesus falou que aquela
Bíblia era um choro, um grande lamento, um desabafo de um povo oprimido pelos
dominadores (mesopotâmia, persas, egípcios, romanos), e como todo ser humano
chora, os hebreus choraram e praguejaram contra os fariseus no Torá (Velho
Testamento), vale lembrar-se das pragas de Moisés no Egito para libertar seu
povo.
Por isso que todo mundo
ouvia Jesus. O povo queria parar de chorar e pegar nas armas. Mas Jesus não era
de violência. No seu pensamento achava que era possível tocar no coração do
dominador. Algo impossível até hoje. Porque o Deus do homem branco falhou em pôr tanta ambição em seu espírito. Os imperadores da época como nossos governantes de hoje em dia, só
pensam em construir fortunas. E, nisso o povo acabou escolhendo Barrabás, condenando Cristo.
Continuando sobre a história
do nordeste. Passaram aproximadamente 20 anos do domínio holandês e da igreja
protestante, quando os portugueses católicos conseguiram recuperar a região de
novo, e expulsaram definitivamente os holandeses em 1654. Mas, em
contrapartida, os holandeses já estavam se instalando nas Antilhas. E, como
eram os detentores de toda a tecnologia de fabricação do açúcar, dominaram o
mercado rapidinho, vindo a falir todo o comércio de açúcar do nordeste para a
Europa. Pois o açúcar holandês além de ser melhor era mais barato.
A região nordestina veio a
se sucumbir, deixando um rastro enorme de destruição humana, tanto
materialmente como espiritualmente. Onde até hoje é uma das regiões mais
violentas do Brasil. Vale lembrar-se de Lampião e do cangaço. Onde tiveram suas
cabeças expostas em postes como título de poder da tirania. Canudos na Bahia
com Antonio Conselheiro foi o maior crime governamental até hoje. Mais de 5.000
casas foram incendiadas pelo exército.
Minha avó paterna era índia
cariri. Até hoje me lembro do seu olhar longínquo querendo esconder tantas
desgraças que viu na vida. Ela nasceu aproximadamente em 1900, seu pai em 1875
e seu avô em 1850. Sendo que só tinham passado 137 anos do nascimento de seu
avô, uma geração, do massacre final da derrota da confederação dos cariris em
1713.
Quando os portugueses
expulsaram os holandeses e avançaram em direção ao interior nordestino
expandindo as fazendas de gado, tiveram com surpresa a resistência dos índios
cariris que tinham sido aliados dos holandeses. Na qual houve muitas batalhas
violentas.
Esse avanço português se
tornava sinônimo de massacre dos nativos, escravização dos sobreviventes,
violência sexual e usurpação das terras indígenas. Não menos nefasta foi a ação
dos missionários que lhe destruíram sua cultura de mais de 5.000 anos, roubaram suas terras e mataram suas famílias.
Isso tudo porque os índios
eram presas fáceis com arco e flecha contra bala de canhão. Coisa parecida com
Hitler que não conseguiu inventar a bomba atômica primeiro. Ao qual os
americanos não se intimidaram em jogar logo duas no Japão matando milhares de
pessoas.
E na busca da sua liberdade,
uma tribo de negros africanos foram capturados para serem escravos nos Estados
Unidos quase perto do fim da escravidão. Conseguiram escapar das correntes no
porão do navio e mataram toda a tripulação. Tentaram mudar a rota do navio para
sua casa, a África, só que acabaram chegando aos EUAs e foram presos. Um pastor
protestante contratou um advogado para defendê-los nos tribunais, já que
fizeram isso para se salvarem. Conseguiram ganhar na 1ª instância e fizeram a
festa no presídio, dançando e cantando conforme sua cultura. O pastor indignado
tentou intervir porque aquilo não era forma de agradecer a Deus. O advogado
muito sábio impediu do pastor falar alguma coisa, e explicou: “eles não
conhecem a nossa cultura, não sabem quem foi Jesus, nem ao menos falam a nossa
língua”. E, por mais, foi a nossa cultura que os aprisionaram sem eles fazerem
nada, para explorá-los na escravidão. Não seria pelo fato de que ganharam na
justiça a liberdade através da cultura cristã, que teriam que agradecer ou
adorar a este Deus que eles nem conhecem, que foi o mesmo Deus que tiraram eles
de suas terras e de suas famílias. Assistam ao filme: Amstad, baseado em fato
real, de Steven Spielberg. Absolutamente inesquecível. Foi o acontecimento que
ocasionou a guerra civil americana.
È por isso que se deveriam
acabar as religiões. Fazer das igrejas centros de danças, músicas e artes.
Escrever uma nova Bíblia com as grandezas maravilhosas que se podem conseguir
agindo correto e sem discriminações ou preconceitos. E, sempre lembrar, que
antes de qualquer religião já existia a ética e a moral. Portanto pra você ser
ético não é unicamente necessário ser religioso.
A religião sempre foi uma
grande arma de manipulação de massas dos governos. Se fosse algo bom teria
evitado a 2ª guerra mundial. Os judeus naquela época, em suas sinagogas na
Alemanha, se tivessem tido um bom senso, tinham pregado cultos voltado para a
distribuição de renda e o fim da discriminação cristã. Tinham dado mais
oportunidades de trabalho aos alemães que estavam passando fome na sua própria
terra, sendo que estrangeiros como os judeus estavam os explorando. Tinham
desta forma evitado a guerra e a carnificina do holocausto maldito de 5 milhões
de judeus mortos em campos de concentração. E, o mesmo ocorre hoje em dia aqui
no Brasil. O estrangeiro se apoderou de nossa economia, e os brasileiros estão
passando fome.
VEJAM
www.ed10alemao.wordpress.com
Vida
pós- morte
SPOTLIGHT – Segredos Revelados (FILME)
Drama. Baseado em uma história real, o drama mostra um grupo de
jornalistas em Boston que reúne milhares de documentos capazes de provar
diversos casos de abuso de crianças, causados por padres católicos.
Massacre Religioso
Massacre
de Cunhaú – Montanhas/Pedro Velho/Canguaretama – RN
O primeiro engenho
construído no Rio Grande do Norte foi palco de uma grande chacina,
uma das mais trágicas da história do Brasil.
No ano de 1645, o estado do Rio Grande (católico)
era dominado pelos holandeses (calvinistas).
Os holandeses eram calvinistas e teriam promovido o massacre por intolerância
ao catolicismo devido as mortes causadas pela inquisição católica na Europa.
Jacob Rabbi, um alemão a
serviço do governo holandês, chegou ao engenho de Cunhaú no dia 15
de julho de 1645, mas já era conhecido pelos moradores, pois havia
passado por lá anteriormente, sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias e
deixando ódio e destruição por todos os lugares pelos quais passava. Nesse dia,
veio com mais força. Além dos Tapuias, trazia alguns potiguares e
soldados holandeses. Era Domingo, dia 16
de julhode 1645, como de costume os fiéis reuniram-se para
celebrar a Eucaristia, foram à missa
na Igreja de Nossa Senhora das Candeias, município de Canguaretama,
mas Jacob Rabbi havia fixado um edital na porta da igreja: após a missa,
haveria ordens do governo holandês. O pároco, Padre André de Soveral, começa a missa e depois do momento da
elevação do Corpo e Sangue de Cristo, as portas da Capela foram fechadas com 69
fiés dentro, e deu-se início às cenas de violência, intolerância e atrocidade.
Em 03
de Outubro de 1645, três meses depois do massacre de Cunhaú,
aconteceu outro desta vez em Uruaçú, este também a mando de Jacob Rabbi. Dizem
os Cronistas que, logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou pela Capitania e por outras capitanias, a população ficou
receosa, pois, tinha medo que novos ataques acontecessem, o que não demorou
muito. Foram cenas idênticas, apesar que neste massacre as tropas usaram mais
crueldade. Depois da elevação, fecharam as portas da igreja e os mataram
ferozmente, arrancaram suas línguas para não proferirem orações católicas,
braços e pernas foram decepados, crianças foram partidas ao meio e grande parte
dos corpos foram degolados. O Celebrante, Padre Ambrósio Francisco Ferro mesmo vivo foi muito
torturado. O camponês Mateus Moreira, teve seu coração arrancado pelas
costas.