Trilhos da Corrupção - A Tribuna de Santos
Na semana passada a Polícia
Federal deflagrou a Operação O Recebedor, que investiga um esquema de corrupção
com empreiteiras na construção de ferrovias, a emblemática Norte-Sul e
Integração Leste Oeste. O que chama a atenção nesse caso é que as investigações
sobre os descaminhos no setor ferroviário são feitas com base na farta
documentação obtida pela Operação Lava Jato, cujo alvo inicial são os desvios
na Petrobras. Dessa forma, tornou-se real a expectativa de quem acompanha a
Lava Jato de que ela desvendaria uma extensa teia de promiscuidade entre
funcionários públicos, setor privado e políticos. E de que isso não se
restringe ao setor petrolífero, mas que tem elos com a execução de obras de
outras áreas, como a ferroviária e de energia elétrica.
O próprio nome O Recebedor
é uma referência direta ao envolvimento de apadrinhados políticos que ocupam
cargos do funcionalismo e que se tornam suspeitos de participação em esquemas
de corrupção. Ex-presidente da estatal das ferrovias, a Valec, José Francisco
das Neves, o Juquinha, foi investigado pela Operação Trem Pagador, quando foi
preso. Ele foi apontado pelo Ministério Público pelo superfaturamento da
Norte-Sul e suspeito de amealhar um patrimônio de R$ 60 milhões. Sua defesa na
ocasião alegou que “se o trem era pagador, o alvo não era o recebedor”. Desta
vez, delação da Construtora Camargo Corrêa na Lava Jato forneceu novos dados,
mostrando que empreiteiras usaram contratos simulados para fazer pagamentos a
escritório de advocacia e empresas de Goiás indicadas por Juquinha. As
investigações continuam.
Esta não é a primeira vez
que a Lava Jato alimenta outras investigações além da Petrobrás. Em dezembro, a
Operação Crátons começou a desvendar a extração ilegal de diamantes em terras
indígenas de Rondônia.
O desmanche da teia da
corrupção na esfera das estatais e dos órgãos públicos é crucial para combater
esse mal tão enraizado que se espalha por todo o País. É claro que esse
problema não vai acabar, mas é preciso combater a sensação de impunidade. A
Itália passou por situação parecida, quando a Operação Mãos Limpas implodiu
partidos, mas seu efeito se perdeu porque os políticos reagiram e modificaram a
legislação.
Portanto, agora, a
independência da Polícia Federal e do Ministério Público precisa ser
continuamente reforçada, assim como a punição aos empresários e grandes
executivos não pode ser arrefecida. Mas também é necessário aumentar o cerco
aos políticos envolvidos e, urgentemente, modificar esse sistema de coalizão de
apoio de partidos arregimentados pelo loteamento de cargos. Juquinha, por
exemplo, foi indicado pelo PR em 2003, com aval do então senador José Sarney
(PMDB). O noticiário diário tomado pela corrupção é desanimador, mas fica a
esperança de que o País vai melhorar daqui para frente.
Éd
Alemão
A Tribuna está sendo muito
esclarecedora e faz alerta. É muito revoltante o que está acontecendo com o
país. Eles finalmente conseguiram quebrar o país. Temos um monte de projetos
que não saíram do papel por falta de dinheiro, obras inacabadas, enchentes que
poderiam ser evitadas se tivessem feito as obras de retenção e drenagem,
desemprego devastador, fuga de investidores estrangeiros, a formação de uma
guerra civil com o crime organizado, a escola inoperante, a juventude perdida,
somos um país de ninguém, salve-se quem puder. A impressão que eu tenho é que
quando despacharam o Collor porque ele quis dividir o bolo só com o grupinho
dele, ficando dinossauros da nossa política fora do rateio, o Lula paz e amor
abriu os cofres pra todo mundo. Transformaram o Congresso Nacional num balcão
de negócios. Ele devia pensar que desta forma iria se perpetuar na política
comprando todo mundo, e quase foi. E o pior de tudo que a grana está indo
embora do país para os paraísos fiscais. Se roubassem e a grana ficasse aqui,
pelo menos, era menos grave. Estamos fudidos de todas as maneiras. Depois que
falaram que Nossa Senhora engravidou do Espírito Santo e escolheram Barrabás o
bandido, pronto, o mundo se acabou. O povo cada vez ficando mais idiota.